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Com ou sem raios

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Dois fatos sobre energia elétrica no Brasil: ela custa o mesmo que em países desenvolvidos e caros, como a Suécia, e nem por isso o fornecimento tem qualidade. Apagões como o da semana passada deveriam servir de combustível para se debaterem esses dois fatos. Mas perdemos tempo com um bate-boca inútil sobre raios – a presidente Dilma disse que o sistema é à prova de raio em resposta ao diretor do Operador Nacional do Sistema, que cogitou a descarga atmosférica como causa do apagão.

INFOGRÁFICO: Veja detalhes sobre o consumo de energia antes do último apagão

Não faz a menor diferença se houve raio ou não. Independentemente da causa, o Brasil convive com apagões frequentes, serviço ruim, cidades entupidas de postes e paga caro por isso. Estudo da Firjan feito antes da redução das tarifas no ano passado mostrava que a indústria pagava aqui 50% mais do que a média de um conjunto de 27 países. Como parte da redução já voltou para o preço, estamos na mesma.

O planejamento capenga no setor nos deixou com uma situação desconfortável. O país precisa que chova muito para ter energia. Como isso não tem ocorrido, faz mais de um ano que as termelétricas, mais caras, funcionam a pleno vapor. A conta vai ser paga por todos nós, como consumidores ou contribuintes – o governo cogita cobrir o rombo de R$ 9 bilhões ao ano. Para piorar, a mudança no preço trouxe mais incerteza para quem investe. As distribuidoras compram energia com preços nas alturas por falta de contratos. Há linha de transmissão ociosa no Norte e parque eólico pronto e sem linha de transmissão. O raio é o que menos preocupa.

Quero uma ideia

Marcel Malczewski, um dos fundadores da Bematech, tem a missão de selecionar na próxima quarta-feira a startup que receberá recursos de sua empresa de investimentos, a M3. Nove pré-selecionadas se apresentarão diante de especialistas na área de tecnologia e possíveis investidores. O evento, chamado de The Early Stage, completa o objetivo traçado pelo executivo de ter em seu portfólio de investimentos uma empresa local.

O fundo M3 foi montado por Malczewski após sua saída da gestão da Bematech, em 2009, e no ano passado tinha já R$ 20 milhões para investimento em empresas nascentes com alto potencial de crescimento.

O que o México tem?

Na semana passada, a agência de classificação de riscos Moody's subiu a nota do México. O segredo não foi um grande crescimento econômico, mas uma combinação de contas em ordem e reformas levadas a sério. O país abriu o setor de petróleo e reformou as áreas tributária e trabalhista.

Nova Cocamar

Aos 51 anos, a Cocamar mudou na semana passada seu sistema de gestão. Ela profissionalizou a administração, com o atual presidente, Luiz Lourenço, passando para a presidência do conselho de administração.

Práticos

Patina na Justiça a tentativa do governo federal de acabar com um dos elementos mais estranhos do "custo Brasil". Sindicatos de práticos querem evitar a limitação dos preços cobrados nos portos brasileiros pelo serviço de guiar os navios. Há contas mostrando que um prático ganha até R$ 300 mil por mês. A Justiça concedeu liminares vetando a redução pelo governo.

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