O governo federal protagonizou nos últimos dias um dos episódios mais desengonçados da gestão pública nos últimos anos. Em poucos dias, foram divulgados cinco ou seis números diferentes para a projeção de resultado das contas públicas neste ano. Há quem fale em R$ 110 bilhões, R$ 70 bilhões, algo em torno de R$ 60 bilhões ou o mais otimista R$ 50 bilhões. Isso a dois meses do fim do ano.
É verdade que 2015 está sendo um ano difícil para previsões econômicas. O ciclo recessivo está frustrando receitas e o governo enfrenta uma dificuldade política incomum. Mas isso não diminui o lado bizarro de se trabalhar com números tão díspares ao mesmo tempo. A confusão dentro do governo é em si uma das razões para ser tão difícil prever o resultado no fim do ano.
O peso do orçamento federal é imenso. Ele é uma variável econômica tão importante quanto a taxa básica de juros ou a meta de inflação. E, assim como essas outras variáveis, o resultado das contas públicas tem um efeito prático e outro psicológico. Se houvesse superávit primário, o Banco Central teria mais facilidade de entregar a inflação na meta porque haveria um outro fator para desinflar preços; no lado psicológico, haveria um reforço na sensação de que estão funcionando os instrumentos necessários para fazer a economia andar.
Estamos sem coordenação na execução da política econômica. O resultado é não só a perda do grau de investimento. O país perdeu a chance de reduzir juros e retomar a confiança para o crescimento. Perdemos 2014, 2015, 2016 e, talvez, parte de 2017. A velocidade com que as expectativas estão se deteriorando impressiona. Quem diria há seis meses que a recessão iria tão fundo e tão longe?
Bradesco
No meio da crise e mesmo com o aumento da inadimplência, o banco conseguiu elevar o lucro no terceiro trimestre. Os ganhos foram de R$ 4,12 bilhões, uma alta de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Usiminas
A siderúrgica anunciou um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão no terceiro trimestre deste ano. Na quinta-feira, disse que vai parar a produção de aço na unidade em Cubatão (SP) e que demitirá 2 mil trabalhadores.
Contra a demografia
É compreensível que muita gente não goste do fechamento de escolas. Mas esse é um processo com o qual devemos nos acostumar por uma simples razão: a demografia. A taxa de natalidade brasileira está abaixo da taxa de reposição natural (2,1 filhos por mulher) e, por isso, a população de crianças está encolhendo. Isso dará fôlego para o caixa dos governos em seus gastos com educação (haverá mais dinheiro por criança). Reorganizar a rede de ensino faz parte do processo – além da taxa de natalidade, há outro fator: as crianças não estão hoje onde viviam há quatro décadas. Elas não estão na zona rural, nem no centro de Curitiba.
Lobby
Quem são as pessoas mais importantes no Congresso? Do ponto de vista dos lobistas, são os relatores de projetos de lei nas comissões permanentes, segundo um estudo do pesquisador Manoel Leonardo Santos, da UFMG, que entrevistou profissionais do lobby em Brasília. São eles os políticos capazes de colocar ou tirar emendas no texto que será levado ao plenário. O segredo do sucesso para os lobistas é colocar um “jabuti”, uma emenda estranha ao texto original, ou promover uma alteração substancial nos projetos.
DAF
A montadora de caminhões DAF, com fábrica em Ponta Grossa, está lançando novos modelos neste mês, o CF85 e novas versões do XF105. Isso mesmo em um mercado que não avança: neste ano, a marca holandesa vendeu apenas 312 unidades entre janeiro e setembro. Isso com uma fábrica com capacidade para produzir 10 mil caminhões por ano, como divulgado em sua inauguração em 2013. O investimento na planta foi de R$ 320 milhões.
10 Pastéis
A rede curitibana de pastelarias 10 Pastéis está inaugurando quatro novas franquias, todas fora do Paraná. Com isso, a empresa chega a 44 unidades e mantém o seu plano de expansão que prevê o gerenciamento de 100 lojas em todo o país no fim de 2017.
Construção
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