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A loja M&M’s World é um objeto interessante para um estudo. Foi criada para vender produtos relacionados com os chocolates dessa marca. Não só os doces, mas também canecas, camisetas, chaveiros e o que mais os marqueteiros do fabricante Mars conseguirem imaginar. E eles devem mesmo ser bons, a ponto de transformarem em celebridades dois bonecos com o formato dos chocolates da marca, o Vermelho e o Amarelo.

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São quatro lojas – em Las Vegas, Nova York, Orlando e uma recém-inaugurada em Londres – que alcançaram status de atração turística. Na loja da capital dos cassinos há um filme 3D de curta metragem, gratuito, que serve de "isca" para trazer ainda mais gente para o estabelecimento.

O filmete tem por título Perdi meu m em Las Vegas e conta os apuros por que Vermelho e Amarelo têm de passar depois que o primeiro, confiante, decide apostar na roleta a letra "m" que leva no corpo.

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Vi o filme recentemente e não resisti a escrever um pouco sobre uma mensagem adjacente que encontrei nele. Que é mais ou menos a seguinte: onde está o seu m?

Antes que o leitor pense em algum trocadilho malvado, explico. Para o Vermelho, a letra era sua identidade. Ao colocá-la no pano verde, ele colocou em risco a sua possibilidade de realização pessoal – sem o m, ele não era mais ele mesmo.

O que me leva às finanças pessoais, tema real desta coluna – ou você pensou que eu ia falar só de filminhos e chocolates?

A parte séria é que muita gente por aí ainda arriscando suas aspirações e objetivos pessoais em troca de alvos menores. Quando se trata de finanças, há algumas atitudes-chave que não podem ser esquecidas. "Foco", "disciplina" e "prioridade" estão entre elas. Não tenho dúvidas de que um poupador disciplinado tem muito mais chances de chegar ao primeiro milhão do que um sujeito que saiba tudo sobre juros compostos.

Não é preciso chegar perto de uma mesa de 21 para perder o foco. Há quem esteja perdendo oportunidades por querer demonstrar riqueza, ao dirigir um carro grande ou caro. Ou mobiliando a casa de uma forma mais extravagante do que permitiria o seu fluxo de caixa. Deixando mais claro: ao colocar suas fichas em gastos grandes, mas afastados dos seus objetivos pessoais, você se distancia deles. E pode até ser pior, se houver dívidas envolvidas. O endividamento pode ser tão desastroso para um orçamento quanto o vício do jogo. Afinal, os juros bancários brasileiros de hoje em dia estão de fazer inveja a Bugsy Siegel e outros mafiosos do pós-guerra.

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Para encerrar...

Engraçado como o filme consegue fazer piada com a própria cidade, conhecida como o cenário em que algumas poucas fortunas foram construídas rapidamente e muitas outras foram destruídas, também num piscar de olhos. Felizmente, não temos nada parecido no Brasil. Os defensores da legalização do jogo (e isso inclui os bingos) que me desculpem, mas sou totalmente contrário a essa proposta. Cresci ouvindo histórias da minha bisavó sobre gente que perdeu terras e casa no carteado no litoral do estado – isso em mesas de botecos; imagine como seria se existissem cassinos?

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