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Valores pequenos podem ser decisivos nas contas de um indivíduo ou de uma família. Conto o meu caso. Tenho no computador de casa uma planilha para controlar as finanças da família, que minha esposa e eu atualizamos semanalmente. As entradas de despesas que coloco ali são baseadas, principalmente, no extrato bancário e nas faturas que recebo pelo correio. Desde o início – usamos o mesmo documento do Excel desde janeiro de 2005 – as contas "reais" apresentavam uma diferença em relação ao que estava previsto no início do mês. Nada estrondoso, mas um pouco intrigante. Demorou um pouco para percebermos que essa discrepância era resultado de pequenas despesas pagas em dinheiro ao longo do mês. Juntando tudo, o valor não era desprezível.

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Certa vez entrevistei um economista que percebeu que estava gastando demais quando saía para caminhar ou correr no parque. Ele sempre parava para tomar um caldo de cana ou comer alguma coisa. Para gastar menos (e também para consumir menos calorias, pois o que ingeria praticamente anulava o resultado dos exercícios), ele passou a deixar a carteira em casa.

Economizar esses pequenos valores pode resultar em benefícios interessantes. O leitor Paulo escreveu para contar que chegou à conclusão de que poderá poupar R$ 400 por mês de seu salário. Ele quase pede desculpas pelo valor – "Sei que é pouco, mas já é um começo", diz – e pede dicas de como investir.

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Paulo, não é pouco. Se você for disciplinado e mantiver esse recolhimento ao longo de anos, ele pode se transformar em uma poupança razoável (claro que se você puder aumentar essa parcela, terá resultados maiores). Há diversas opções para essas economias, dependendo do seu objetivo. Caso você queira guardar para uma aposentadoria, por exemplo, você pode depositar parte do valor em um fundo de previdência privada – lembre-se que essa aplicação é para longuíssimo prazo; se houver chance de precisar sacar em menos de, no mínimo, cinco anos, não vale a pena.

Minha sugestão é que o leitor vá guardando tudo numa caderneta de poupança, no início. Assim você "engorda" seus recursos para fazer um aporte inicial em uma aplicação capaz de render um pouco mais (CDB e Tesouro Direto são boas opções; são conservadoras como convém às economias de uma vida, e mais baratas porque não incluem a taxa de administração que encarece um fundo de renda fixa, por exemplo). Esse aporte inicial pode ser de R$ 5 mil, mais ou menos.

Mas não transfira tudo para essa aplicação. Guarde um montante equivalente (ou um pouco menor) na caderneta. Essa será a sua reserva de emergência, que você poderá sacar caso tenha algum gasto imprevisto, sem ter de mexer com o dinheiro aplicado.

Vale lembrar que para obter o melhor rendimento em aplicações de renda fixa é interessante deixar o dinheiro aplicado por, pelo menos, dois anos. Aí você entra na faixa em que a tributação é menor.

Dinheiro no bolso

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Um recorte da pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", realizada pelo Banco Central mostra o valor em dinheiro que as pessoas costumam levar consigo (na carteira, na bolsa, no bolso...): R$ 36,02, em média. A pesquisa foi divulgada em março, com dados relativos a 2010. Como se trata de um levantamento que está em sua terceira edição, é possível traçar uma evolução desse item. Em 2005, as pessoas carregavam R$ 30,94, valor que pouco havia mudado em 2007, quando ficou em exatos R$ 31,00. Desta vez dá para dizer que o brasileiro está com mais dinheiro no bolso. Apesar do uso crescente do cartão de crédito.

Escreva!

De carona na estatística acima, gostaria de fazer uma pergunta aos leitores, aproveitando a campanha "Paz sem voz é medo", que a Gazeta do Povo e os outros veículos do GRPCom iniciaram esta semana: você anda com menos dinheiro no bolso do que gostaria, por medo de ser roubado?

Mande sua resposta – e também sua dúvida ou comentário sobre poupança e finanças – para financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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