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Sim, somos todos otimistas – é uma característica do brasileiro. Uma característica positiva, diga-se de passagem: diante de contratempos de qualquer natureza, nosso povo se encolhe um pouco, mas toca em frente, certo de que dias melhores virão.

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E eles vêm, mesmo. Quem passou pelos anos 80 e sua sucessão aparentemente interminável de crises internas, choques externos e cabeçadas no bom senso podia achar que os brasileiros estavam condenados ao subdesenvolvimento (título, por sinal, de um best seller da época, escrito por um industrial germano-brasileiro, que tratava das estratégias das empresas multinacionais para amplificar seus lucros em países periféricos). Mas o Brasil sobreviveu, e hoje tem uma posição de protagonista em algumas áreas das relações internacionais. São, realmente, dias melhores.

No que se refere às finanças pessoais, entretanto, otimismo demais pode ser perigoso. Só um excesso de expectativas positivas pode explicar o aumento no uso do crédito rotativo do cartão de crédito, que foi tema de reportagem de Cristina Rios, ontem, aqui na Gazeta. O uso dessa modalidade – cujos juros estão entre os mais caros do mercado, 192,94% ao ano, segundo média calculada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) – cresceu 75% na comparação do primeiro bimestre de 2013 com o mesmo período do ano anterior. Foi de R$ 25,4 bilhões para R$ 44,7 bilhões (dados do Banco Central).

Ninguém que esteja com perfeito domínio de sua capacidade mental faz dívida com juros como esses. Há anos o noticiário repete que esses juros são altos demais. Pode-se alegar que nem todo mundo vê (ou entende) o noticiário econômico. Mas todo mundo conhece alguém que já enfiou o pé na jaca do endividamento por causa do cartão de crédito. Como então as pessoas continuam a cometer o mesmo erro?

É o tal otimismo. Quem entra no rotativo acha que é só por um mês, que precisa dessa "forcinha" para colocar as contas em dia. Como as taxas são altas, elas acabam elevando a dívida e tornando mais difícil sair do turbilhão.

Pode anotar em uma folha de papel e prender com imã na geladeira: para evitar dívidas é preciso ser realista. O melhor é manter um controle com todas as entradas e todas as despesas, e fazer contas. Nessa hora, não conte com recursos que você pode receber, apenas com aqueles que estão 100% garantidos. E não use o limite do cartão ou do cheque especial como se fosse dinheiro seu – não é, é do banco, e ele vai saber cobrar muito bem se você usar.

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Há formas mais baratas de obter recursos: empréstimo com desconto em folha, crédito pessoal no banco, refinanciamento de veículo ou de imóvel, por exemplo. Fuja do rotativo.

Mantega, outro otimista

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, é outro para quem o otimismo é um peso. Suas previsões para o desempenho da economia nacional são sempre dilatadas, movidas mais pelo pensamento positivo que pelos indicadores da área. Tanto que muita gente deixou de levá-las a sério.

Cinco anos

Ontem, 1º de abril, esta coluna completou cinco anos de idade. É uma criança ainda, assim como a educação financeira no Brasil, que ainda engatinha.

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