Cooperativas dos quatro cantos do Paraná estão realizando assembleias gerais para aprovar suas contas relativas a 2011 e definir ações e investimentos a serem realizados em 2012. Algumas fazem eleições, renovam mandatos, diretorias e distribuem sobras operacionais do exercício. É tempo de festa, de relembrar conquistas e dificuldades, de exaltar um sistema de desenvolvimento econômico e social único no mundo, onde todos são iguais. Não importa o tamanho da sua área, sua cor, credo ou status social. Na cooperativa você é o cooperado, um dos donos do negócio, com direitos e deveres comuns a todo o quadro social.

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Mas o que chama atenção são as cifras apresentadas, do porcentual de crescimento ao número absoluto de faturamento, sempre em milhões e até bilhões de reais. Com atuações distintas, da saúde à educação, do crédito ao agronegócio, elas somaram no ano passado uma receita de R$ 30 bilhões, um capital superior ao orçamento do governo do Paraná. Recursos gerados, distribuídos e aplicados nas economias regionais, no fortalecimento do interior do estado. Produção primária e agroindustrial que gera emprego e renda e contribui para manter e até resgatar o homem de volta para o campo.

Uma das últimas cooperativas a divulgar seu balanço foi a Integrada Agroindustrial. Com sede em Londrina (Norte do estado) e apenas 16 anos de fundação, a jovem cooperativa integra um seleto grupo entre aquelas com faturamento superior a R$ 1 bilhão. Em 2011, seu resultado cresceu 32% e atingiu R$ 1,3 bilhão. Vale destacar que a média de crescimento entre as cooperativas paranaenses foi de 22%, desempenho que, na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, abaixo de 5%, revela a importância do sistema para uma economia forte, que agrega valor e mobiliza pessoas em busca do resultado.

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O que dizer então da Coamo, a maior cooperativa da América Latina, que fechou 2011 com receitas de R$ 5,97 bilhões, que representam um crescimento de 25% sobre o ano anterior? As sobras somaram R$ 161 milhões, dinheiro que volta para o bolso do cooperado como se fosse um bônus por sua fidelidade à cooperativa. Para se ter uma ideia do tamanho da Coamo, e dessas sobras, elas são em torno de dez vezes superiores ao valor médio distribuído pelos seus pares do grupo do bilhão, que tem ainda CVale, Cocamar, Lar, entre outras, espalhadas de Norte a Sul, Leste a Oeste, que produzem grãos, carnes, leite e derivados.

O ano de 2012, porém, não deve ser tão expressivo quanto 2011, considerado excepcional para o sistema no Paraná, que tem mais de 80% de sua movimentação financeira sustentada no agronegócio. O faturamento deve continuar crescendo – a taxas menores, mas com variação positiva. Mas com certeza muito acima do PIB nacional, seja qual for a projeção do governo federal, do Banco Central ou de qualquer outra instituição financeira para o indicador de geração de riquezas do país. Isso porque o indicador do PIB cooperativista segue outro modelo, com metodologia própria, que considera sim as variáveis dos critérios econômicos e financeiros, mas principalmente os indicadores sociais. Nas cooperativas, a sociedade anônima ou sociedade limitada se traduz em sociedade de pessoas, o que justifica o forte viés da promoção e do desenvolvimento econômico e social a partir do cooperativismo.

2012 também será um ano de vitrine para s cooperativas em todo o mundo. A resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que institui o Ano Internacional do Cooperativismo vai mobilizar não apenas o cooperativismo, como a sociedade organizada, pública e privada, em torno de uma alternativa de renda, de uma opção de vida, de uma nova maneira de enxergar o mundo. Um modelo de justiça, econômica e social, que transforma pessoas e relações, institui valores e princípios em busca de um mundo melhor. Um mundo que já é realidade aqui no Paraná e que deve se fortalecer ainda mais em 2012.