Os pontos-chave
>> O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu o menor índice desde dezembro de 2008.
>> O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) também observa os menores valores de toda série histórica.
>> Lutar por influenciar positivamente a economia, com coragem, investimento em inovação e marketing.
Aproxima-se o Natal, tempo de reflexão e cartinhas para Papai Noel. O que você vai pedir na sua cartinha para ajudar nos negócios no próximo ano? Que tal pedir um pouco mais de confiança? E que seja uma confiança bem fundamentada, pois estamos todos atônitos após os abalos sísmicos trazidos pelos escândalos de corrupção, cujas cifras chegam a valores nunca antes vistos na história desse país. É claro que isso reflete nos negócios, e no seu negócio.
Veja os estudos de Sondagem e Índices de Confiança recentemente publicados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), que mostram cenários nada animadores. Essas sondagens de tendência são levantamentos estatísticos sobre as percepções da situação atual e futura, junto a diferentes segmentos da economia, e podem ser utilizados como indicadores que antecipam o nível de atividade econômica. Você pode se preparar melhor para o que vem por aí em 2015, se prestar atenção nessas informações.
Consumidor
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apurado em novembro mostra uma diminuição com a satisfação da situação presente, e piora das expectativas para os próximos meses. Itens como a preocupação com a inflação, desemprego e alta na taxa de juros são os que mais contribuíram com a queda de confiança observada, que atingiu o menor índice desde dezembro de 2008, chegando a 95,3 pontos, contra 94,8 pontos apurados naquele período. E você sabe, consumidores desconfiados podem significar uma retração no consumo de bens e serviços. Então, prepare-se para ativar a criatividade, preparar ofertas muito competitivas e atraentes, e aumentar os esforços de vendas para estimular o consumidor além do que normalmente é necessário.
Comércio
No empresário do comércio a situação não muda muito. O resultado do Índice de Confiança do Comércio (ICOM) confirmou a tendência de queda, que vem sendo observada durante todo o ano. O índice recuou 9,0% entre novembro desse ano e do ano passado, atingindo 110,6 pontos, pouco acima do mínimo de toda série histórica, que foi observado no último mês de setembro, com 108,5 pontos. Essa série foi iniciada em março de 2010, e os índices observados nesses últimos meses estão entre os menores de toda a série histórica. Estão também abaixo da média histórica, que é de 126,2 pontos.
Um dos índices que compõem o ICOM é o Índice de Expectativas (IE-COM), que procura medir as expectativas em relação à situação dos negócios nos próximos meses, e atingiu o menor valor de toda série histórica nesse mês de novembro, registrando 135,9 pontos. Isso mostra um desânimo com as expectativas de vendas, mesmo no período de Natal.
Papai Noel, rogai por nós!
Diante de tudo isso, resta-nos o apego ao bom velhinho, e à reza forte para que 2015 dê indicações de brisas mais frescas, certo? Sabemos que não! Ao assumirmos os maus agouros como verdade, eles têm mais chance de tornarem-se verdade. Não se trata de negar a realidade, mas lutar por influenciá-la positivamente, com coragem, investimento em inovação e marketing, pois empresas que pretendem ser perenes passam por muitas ocasiões como essa na nossa pátria amada Brasil!
Sandro Gomes é sócio-diretor da CrossVision Consultoria e Assessoria em Gestão de Negócios e Marketing
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