Responsabilidade socioambiental e filantropia

• 0

Má gestão do dinheiro público, corrupção e roubo de quantias fabulosas dos cofres públicos. E as necessidades básicas como educação, saúde, segurança e transporte ficam sem o devido atendimento. Aqueles que possuem a obrigação de destinar tais recursos, acompanhados de seus esforços de trabalho, não priorizam a população, e sacrificam crianças, adolescentes, jovens e idosos. Por que você iria dispor dos recursos de sua empresa para programas de responsabilidade social? Afinal, já paga os impostos para que a sociedade tenha o retorno do seu negócio! Mas você logo percebe que pensar assim apenas alimenta uma sociedade individualista, materialista, e que faz apenas a conta da justiça, correta e limitada em si. O círculo vicioso e nefasto não se quebra e os necessitados continuam à mercê do descaso. Então, você percebe que a conta da caridade é aquela que excede a da justiça e a aperfeiçoa, pois coloca o ser humano no centro das prioridades, e busca satisfazer suas necessidades materiais, intelectuais, afetivas e sociais. Agora você se abre a uma realidade que vem tomando conta do mundo empresarial, que é a discussão e a prática da responsabilidade socioambiental e da filantropia.

Referência em investimento social privado

Entre as principais referências em investimento social privado no país está o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). O Gife é uma organização sem fins lucrativos que reúne os principais investidores privados em causas socioambientais do país. Fundado em 1995, atualmente reúne cerca de 130 associados que, somados, investem por volta de R$ 2,4 bilhões por ano. Possui a missão de aperfeiçoar e difundir conceitos e práticas do uso de recursos privados para o desenvolvimento do bem comum, e com isso tem o objetivo de contribuir com a promoção do desenvolvimento sustentável do Brasil. O Gife acredita que a sociedade deve estar no centro do investimento social privado, cujo papel e potencial transformador ganha forma na capacidade de reconhecer e assimilar as demandas e necessidades da sociedade.

Educação é uma das principais causas

Várias causas são apoiadas, mas a educação aparece com uma recorrência notória. Um exemplo local é o Instituto de Orientação e Formação de Jovens e Adolescentes (Forja), que é uma instituição sem fins lucrativos, constituída por investidores de Curitiba. Foi declarado de utilidade pública pelo município e pelo estado, e se dedica ao apoio a meninos e rapazes em situação de vulnerabilidade social, provendo uma formação humana integral, visando a consolidação das virtudes do caráter, dos valores da família, do respeito às pessoas e do cuidado com o meio ambiente. Nesse ano espera atender gratuitamente mais de 60 jovens da região do Tatuquara, aproveitando o contraturno escolar para atividades de complementação do ensino, como informática, inglês, espanhol, práticas manuais, meio ambiente, técnicas de estudo, esportes e relações humanas. Também envolve as famílias nas suas atividades, como forma de influenciar as comunidades menos assistidas com esses valores.

Mais uma vez você repensa. E vê que o investimento social privado em causas voltadas ao bem comum é um dos caminhos para a solução de problemas históricos na sociedade brasileira. Parabéns, você é um visionário!

Sandro Gomes é sócio-diretor da CrossVision – Consultoria e Assessoria em Gestão de Negócios e Marketing

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.