Nova versão de F.E.A.R: robôs inimigos mais espertos, ainda mais inteligentes nas modalidades mais difíceis| Foto: Divulgação

Ficha técnica

F.E.A.R. 3

• Plataforma: PS3, Xbox 360 e PC

• Categoria: Tiro em 1ª Pessoa

• Preço: R$ 85

• Pró: Ambientação sinistra

• Contra: Curto gráficos desatualizados

CARREGANDO :)

Notas

3DS 2

Os cortes no preço ajudaram, momentaneamente, a deslanchar as vendas do Nintendo 3DS. Na semana em que o novo preço, de US$ 170, começou a ser praticando, o portátil atingiu o topo do ranking de vendas no Japão. Mas a Nintendo, segundo os rumores, ainda não estaria completamente satisfeita e já estaria trabalhando num novo modelo. O site 01Net, que antecipou algumas novidades, como o projeto do Wii U, afirma que a empresa do Mario estaria diminuindo a intensidade do efeito 3D, principal argumento de marketing até então. Um segundo direcional analógico também estaria no novo projeto. A Nintendo não confirmou nem desmentiu os rumores, mas marcou um evento, com pauta ainda não divulgada, para 13 de setembro.

O poder do iPad 2

Que os celulares e tablets estão ficando cada dia mais poderosos ninguém dúvida. Já para o próximo ano, modelos com processadores com até quatro núcleos estarão disponíveis para o consumidor. Na semana passada, o guru dos games, John Carmack, criador de Quake e Doom, afirmou em entrevista ao site Tom’s Hardware que o iPad 2 já tem poder de processamento equivalente a 50% de um Playstation 3. Mesmo assim, a indústria dos "hardcore gamers" não deve ainda se dedicar a este nicho, considerou, já que acha muito difícil um retorno financeiro compatível com os gastos de produção. Ele prefere esperar uma nova geração de aparelhos mais poderosos.

Entre dois mundos

Um vídeo repercutiu na semana passada ao mostrar os novos telefones com Windows Phone 7 interagindo com o Xbox 360. Durante a feira Gamefest, a Microsoft explicou como será a integração entre as duas plataformas. Usaram o jogo Kinectimals como exemplo. Os animais criados no Xbox 360 poderão ser transferidos para os celulares através de QR Codes, com escaneamento através das câmeras. Os bichos virtuais podem então ser administrados e cuidados remotamente, no bolso dos jogadores. Todas as modificações serão repassadas para o console para continuar a jogatina.

Publicidade

O diretor de cinema nova-iorquino John Carpenter é conhecido por seus filmes medianos de terror, aliando histórias das trevas com um toque trash. A reputação construída com clássicos cult – quase tudo que era medíocre se tornou cult hoje em dia – como Vampiros, A Cidade dos Amaldiçoados e Hallo­­ween - A Noite do Terror. Mesmo com currículo tão questionável, os produtores de F.E.A.R 3, lançado recentemente para todas as plataformas, acharam válido destacar a participação do autor em todas as campanhas promocionais.

A série F.E.A.R ficou conhecida nesta geração por unir de forma competente suspense sobrenatural com a mecânica dos jogos de tiro em primeira pessoa. A primeira versão conseguiu manter a tensão durante toda a aventura, com momentos especialmente aterrorizantes. Estar no meio de uma guerra e ainda ver assombrações de meninas-mortas (sempre elas!) não era para qualquer um. A sequência preferiu ir mais para o caminho da ação e combate, esquecendo um pouco da trama e partindo para o tiroteio franco. Na versão que chegou ao mercado em agosto, houve uma volta às origens. O objetivo é que o jogo gere medo, coisa que os filmes de Carpenter tentaram, mas não conseguiram. A história é uma colcha de retalhos que tenta unir as duas versões anteriores. Basicamente, há um ser maligno, a menina fantasma Alma, que quer tocar o horror, literalmente, numa cidade devastada. O jogador assume o papel de um dos filhos dela, Point Man, que precisa encontrá-la. Depois de finalizar algumas fases, outro personagem fica disponível para ser utilizado: o também irmão Paxton Fertel, cujo poder de drenar a energia dos adversários deixa as coisas mais divertidas. Basica­­men­­te, o jogador deve percorrer os cenários de forma linear, matar o que aparecer pela frente e chegar ao final da fase para ver uma vinheta preparada por Carpenter. Com alguns sustos no percurso.

Além disso, os produtores calibraram melhor as partes de ação. Os robôs inimigos estão mais espertos, chegando ao ponto de serem desumanamente inteligentes nas modalidades mais difíceis. Eles traçam estratégia conforme o estilo de jogo do jogador, se organizam em bando e atacam de forma coordenada. Provavelmente esta é uma das melhores Inteligência Artificial emprega num game de tiro.

Uma das grandes novidades é o modo multiplayer cooperativo, que permite disputas locais e pela internet. No modo local, a tela é dividida e cada jogador assume o lugar de um dos dois irmãos. Limpar o cenário fica mais fácil e menos assustador, ideal para os jogadores mais sensíveis. F.E.A.R. 3 também reforça uma tese defendida por esta coluna há tempos: os jogos eletrônicos têm uma capacidade maior para imergir em histórias de suspense, mesmo as tolas. Ao se colocar em primeira pessoa dentro da ação, sustos que não funcionariam no cinema acabam sendo eficazes. Só isso já torna o jogo melhor que toda a filmografia de John Carpenter. Não que seja um grande feito.