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Talento em pauta

Castigo e punição no trabalho

Castigo e punição são duas palavras fortes de serem imaginadas em um am­­biente empresarial. Mas como agir quando alguém comete um erro grave na execução de um trabalho? Para quem pensa que somente na escola e em casa é que existe castigo e punição, grande engano. Começando pelas empresas, já vi várias delas humilharem seus funcionários, o que é, e muito, inconstitucional. Elas obrigavam os funcionários a fazerem tarefas muito pesadas, vestir ou deixar na mesa acessórios ridículos que denotavam a humilhação e chacota, e por aí vai. Essas, felizmente, quase não existem mais, devido à consciência das pessoas quanto aos seus direitos e deveres trabalhistas. Mas há duas coisas que ainda vejo ocorrer com certa frequência: em uma delas, o chefe chama todos os funcionários do setor e expõe os erros e problemas ocasionados pela pessoa publicamente; em outra, essa mais comum, eles são "punidos" tendo de realizar atividades que nada têm a ver com sua função e que são extremamente desnecessárias à empresa.

Mas, caso alguém erre, qual a melhor maneira de agir? O subordinado deve, é claro, em conversa com seu líder, reconhecer o erro, apontar o que o levou a isso, encontrar a melhor maneira de corrigir e a não errar nas próximas vezes. Para o líder, há maneiras de expor o problema a toda a equipe sem humilhar quem errou. É possível, por exemplo, reunir a equipe e dizer que houve um erro, descrever o que houve, sem dar nome ao(s) boi(s). Atitudes assim evitam que outros membros da equipe cometam o mesmo no futuro. Isso é ter um tratamento ético, profissional e responsável.

Falamos da punição como consequência do erro, mas e quando há um profissional inconsequente e extremamente difícil de lidar? Eles, normalmente, desrespeitam horários, regras, normas e políticas de conduta da empresa, deveres e tarefas assumidos, compromissos com equipe e chefe, além de várias vezes desrespeitarem também os colegas, seja ofendendo verbalmente, fisicamente, moralmente, sexualmente ou mesmo humilhando-os.

O ideal nessas situações é que alguém comunique o superior sobre a conduta do colega para que ele tome uma medida cabível. Como primeira medida, uma conversa franca pode fazer com que ele reveja seus conceitos e práticas e mude, ou não. Em caso de reincidência, uma advertência é extremamente aplicável e, em última instância, a demissão. Lembro que qualquer tipo de destrato a uma pessoa ou profissional pode colocar muito facilmente a empresa, ou o maltratante, em risco de um processo por ofensa ou danos morais. Todo e qualquer problema deve ser resolvido de maneira profissional, tentando retirar ao máximo qualquer carga emocional e pessoal no processo.

As empresas que têm uma política de conduta baseada na recompensa/punição acabam educando seus colaboradores pelo medo, o que pode não ser muito recomendável. "Errar é humano", todos dizem, e trabalhar com medo certamente não é algo que conforte as pessoas em um ambiente onde devem se sentir à vontade para desempenhar suas funções. De qualquer forma, punir ou humilhar profissionais acaba gerando desmotivação, descontentamento com o emprego, o que gera por sua vez queda de desempenho e rendimento.

O bom profissional deve saber reconhecer o desempenho individual e da equipe. Sempre que alguém se sobressair em alguma situação, como no comportamento, atendimento, desempenho, ou quando algo ruim acontecer, seja voluntária ou involuntariamente (como um imprevisto), utilizar o exemplo (bom ou ruim) para elucidar e inspirar a equipe é sempre o melhor a ser feito. Nos casos bons, dizer quem foi (ou foram) o responsável pelo feito é algo memorável, mas no caso negativo, preservar os nomes pode ser melhor para todos.

Por outro lado, há ações inadmissíveis que necessitam obrigatoriamente de repreensão. Fazer coisas graves como roubar ou furtar o material de escritório ou do estoque, destruir o patrimônio da empresa, chantagear um colega ou burlar o sistema, brigar física ou verbalmente com colegas, espalhar fofocas negativas, caluniar etc. Em todos esses exemplos, atitudes extremamente antiéticas e antiprofissionais, uma punição severa deve sim ser tomada.

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Teste

Marque abaixo as opções que têm a ver com você:

( ) Trata com desdém e palavras chulas os colegas. "Botar medo neles certamente aumentará sua disciplina".

( ) Fala mal e fofoca dos problemas e assuntos particulares de seu colega para toda a empresa pelas costas dele.

( ) Estimula com gritos, ordens e duras penalidades as equipes que trabalham sob pressão ou por metas.

( ) Expõe o colega a uma situação humilhante diante de todos os colegas de propósito.

( ) Faz chacota ou comentários de um colega por seus atributos físicos, comportamento, maneira de trabalhar etc.

( ) Demite o funcionário na frente de todos. "E que fique claro que será assim com todos que fizerem o mesmo!"

( ) O funcionário pergunta ao chefe algo sobre uma ordem e tem aos gritos como resposta: "Seu burro. Como você não entendeu o que eu quis dizer? Quer que eu desenhe pra você?"

( ) Alguém cometeu um erro e o chefe ou colega fala alto com o intuito de expor o erro de alguém ao resto da empresa. "Eu quero que todos batam palmas para a burrice do nosso colega aqui!"

( ) Alguém de sua equipe sempre chega alguns minutos atrasado. O superior dá um relógio de parede enorme para o funcionário na frente de toda a equipe. "É pra você não se esquecer de chegar no horário mais".

Listar todas as grosserias e besteiras praticadas por algumas pessoas e empresas seria difícil, mesmo porque a criatividade de algumas pessoas para praticar a maldade parece não ter fim. Se marcou qualquer uma dessas opções, sendo você o praticante, ou alguém que trabalha com você, é sinônimo de que há algo errado. Na maioria dos casos, uma solução possível está em comunicar o Setor de Recursos Humanos; em algumas outras empresas, até mesmo o psicólogo pode ajudar a resolver esses problemas e a melhorar o clima da empresa ou setor.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

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