Desde que a Revolução Industrial modificou o modo de produção com o uso de máquinas a vapor e condicionou transformações no sistema de trabalho da época, nosso mercado nunca mais foi o mesmo. As consequências desse marco decisivo na história podem ser sentidas até os dias de hoje, e é sobre essas transformações e repercussões que venho falar hoje.

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No início do século 19, o sentimento de revolução fazia parte da classe trabalhadora. Os operários começavam a reivindicar seus direitos e a exigir qualidade de vida no trabalho. Por parte das mulheres, além desses direitos, elas também estimavam a igualdade dos sexos, até hoje não conquistada completamente. Hoje percebemos o quanto essa luta foi significante. Se hoje nós possuímos determinados direitos trabalhistas, benefícios salariais e uma expressiva presença feminina em grandes funções, nós devemos isso àquelas pessoas que lutaram por um futuro melhor naquela época.

Alguns casos que refletem essas mudanças, por exemplo, são os benefícios oferecidos pelas empresas, que se tornaram uma maneira de atrair e de reter os seus talentos. Atualmente, já é quase consenso que a maioria dos profissionais prefere empresas que propiciam benefícios diferenciados, do que aquelas que apenas oferecem um salário fixo. Da mesma maneira que atualmente o profissional é obrigado a se moldar às necessidades do mercado, as empresas também devem oferecer o seu melhor para garantir uma mão de obra qualificada e uma taxa de rotatividade baixa. 

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A maneira de encarar a relação entre a vida pessoal e profissional também mudou, principalmente após o ingresso da geração Y no mercado. Quando abordamos essa geração sobre quais são os seus maiores anseios e necessidades, eles respondem, na maioria das vezes, que um de seus desejos é possuir uma vida equilibrada, que possibilite a manutenção saudável de seus círculos sociais fora do escritório e também o futuro de suas carreiras.

Nessa busca constante por de mão de obra, as novas tecnologias, também originárias dessa modernização industrial e tecnológica, podem influenciar positivamente na seleção desses profissionais. Grande parte das empresas de RH já incorporou as redes sociais como aliadas nos processos de recrutamento. Facebook e LinkedIn, por exemplo, tornaram-se ferramentas importantes na captação de informações muitas vezes não acessíveis aos recrutadores. Desta maneira, seu comportamento, suas preferências e outras informações estão disponíveis a qualquer um que queira pesquisar a respeito.

Neste período, a história do trabalho também é sinônimo de conquista para algumas classes. Arquitetos e urbanistas, por exemplo, conquistaram um Conselho próprio há poucos anos, e, mais recentemente, as empregadas domésticas, também passaram a ter seus direitos e deveres regulamentados.

Porém, por mais que acompanhemos toda essa evolução tecnológica e trabalhista, não é possível afirmar que estamos em um mercado de quase "pleno emprego", bem abastecido de profissionais de todos os níveis hierárquicos e com infraestrutura eficiente para as empresas. Por isso, é preciso estar em contínuo desenvolvimento, em busca de crescimento pessoal e de saber aproveitar melhor as oportunidades que aparecem. O mercado, por exemplo, está carente de profissionais técnicos. Apesar de uma pesquisa realizada pelo Senai comprovar que, dos alunos que concluem o curso técnico profissionalizante, 72% já saírem empregados, essa mão de obra ainda é escassa em alguns segmentos. Os estudantes acabam migrando do ensino médio direto para o ensino superior e não aproveitam dessa fatia do mercado tão rentável.

Também não é novidade que algumas empresas estão procurando mão de obra no exterior. Há escassez de trabalhadores qualificados no Brasil, e uma solução de investimento de médio/longo prazo é importar profissionais. Segundo um levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 94,6% dos vistos de trabalho emitidos pelo governo brasileiro para estrangeiros foram destinados para profissionais com nível de escolaridade avançado.

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Não é de hoje para amanhã que mudaremos o cenário da educação no Brasil ou de parte da nossa cultura. Mas, para que determinadas mudanças positivas continuem acontecendo, é preciso que empresas e governo trabalhem juntos para que possamos prosperar, baseados no contínuo aprimoramento intelectual e na implantação de políticas públicas mais eficientes e justas. Lembremo-nos de que ter direitos é também ter deveres.