Uma volta da cobrança da CPMF vai ter muita dificuldade de ser aprovada pelo Congresso Nacional, mas ela é apenas umas das alternativas do inevitável aumento de custos sobre a sociedade, dada a grave situação fiscal do país, disseram economistas nesta sexta-feira (28).

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“Temos uma crise de solvência da dívida pública e ainda não há um acordo sobre como financiar as contas. Pode ser via aumento de impostos, inflação, corte de gastos ou uma combinação das três”, disse o pesquisador do Ibre/FGV, Samuel Pessoa, durante Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais da BM&FBovespa.

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Assim como Pessoa, o ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da A.C. Pastore & Associados, Affonso Celso Pastore, disse ser contrário à volta da CPMF e que não há condições políticas para sua aprovação pelo Congresso Nacional. “A CPMF seria altamente distorsiva para a economia”, disse.

Para o ex-presidente do BC, diante do quadro político frágil, que tornam improváveis aumento de impostos ou corte adicionais de gastos públicos, a preferência do governo pode ser pressionar a autoridade monetária a reduzir os juros para dar algum fôlego para a economia. A consequência, disse, seria um aumento das pressões inflacionárias mais adiante. “Seria um retrocesso enorme”, afirmou Pastore.

Desequilíbrio

No mesmo evento, o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Antonio Delfim Netto concordou que o país está caminhando para um profundo desequilíbrio fiscal. “Temo que tenhamos uma combinação de aumento de imposto com volta da inflação”, disse.

Delfim, no entanto, não considera tão improvável uma aprovação da CPMF, dado que pode haver uma costura política entre as esferas federal e estadual, ambas apertadas por orçamentos muito fracos.

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“Se o governo tem coragem de mandar isso para o Congresso, é porque acha que tem condições de aprovar”, afirmou.