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O consórcio construtor da usina hidrelétrica de Santo Antônio demitiu 90 operários nesta quinta-feira (4). Desde segunda-feira já são 440 demissões. Na semana passada, a concessionária Santo Antônio Energia informou o consórcio que não tinha mais recursos para pagar pelos gastos da obra, que até então empregava 9 mil funcionários. Por isso, o consórcio começou a desmobilizar o canteiro nesta semana e ameaça paralisar as obras até que os pagamentos sejam regularizados. A construção é tocada por um consórcio formado por Odebrecht (60%) e Andrade Gutierrez (40%). As duas empresas fazem parte de grupos que também integram a concessionária.

Nesta sexta-feira (5) a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai julgar dois pedidos da Santo Antônio Energia, que tenta diminuir suas dívidas. Em um deles, a empresa pede uma medida cautelar para suspender as sanções aplicadas pelo fato de a usina ter atrasado a entrega da energia que vendeu às distribuidoras.

Além disso, a Santo Antônio Energia pede para que os contratos de venda de energia para as distribuidoras tenham sua validade postergada em 63 dias. A empresa argumenta que greves atrasaram o cronograma de obras da usina. Apesar das greves, o empreendimento começou a operar nove meses antes do previsto.

Se não conseguir adiar a validade dos contratos e suspender as sanções, a empresa terá que pagar R$ 860 milhões na segunda-feira na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Também nesta sexta, a Santo Antônio Energia realiza Assembleia Geral Extraordinária. Os sócios vão decidir o valor do aporte que farão na concessionária. A Santo Antônio Energia é uma sociedade formada por Furnas (39%), fundo Caixa FIP Amazônia Energia (20%), Odebrecht Energia (18,6%), SAAG Investimentos, cujo principal acionista é a Andrade Gutierrez (12,4%), e Cemig (10%).

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