A maior construtora mexicana, Homex, pode expandir um projeto-piloto de 1.300 unidades no Brasil no ano que vem, afirmou nesta segunda-feira (30) à Reuters o vice-presidente financeiro da empresa, Carlos Moctezuma.
"O Brasil sozinho é uma oportunidade que pode se tornar mais importante no futuro. Estamos analisando as diferentes oportunidades de expansão desse piloto na região de São Paulo", disse Moctezuma.
A Homex recentemente registrou na Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos um plano para levantar até 100 milhões de dólares com a emissão de novas ações. Segundo Moctezuma, a construtora poderá usar o dinheiro para ampliar suas operações no Brasil.
"Isso pode demandar mais dinheiro da empresa e com taxas de retorno muitos interessantes", disse ele em entrevista nos bastidores de evento para investidores na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Na primeira fase do projeto-piloto brasileiro, de 700 unidades, 65 por cento das moradias já foram vendidas, segundo Moctezuma. "O resultado do piloto foi muito bom", disse.
A Homex é especializada na produção em massa de residências que são vendidas por menos de 40 mil dólares.
Com a oferta de ações na prateleira, a empresa tem até três anos para fazer a emissão e captar os recursos no mercado norte-americano. No México, no entanto, a empresa precisa solicitar a aprovação do plano de emissão a cada 12 meses, afirmou Moctezuma.
Desde que anunciou, em 28 de setembro, sua intenção de levantar recursos através de ações ou de dívida, as ações da Homex registraram queda de 12,53 por cento na bolsa mexicana e de 8,77 por cento nos EUA.
Moctezuma observou que uma emissão de ações daria à empresa a possibilidade de tomar passos mais rápido no mercado de habitação popular.
"Acreditamos que podemos encontrar oportunidades de maior crescimento nos próximos anos... O número de empresas no setor de residências voltadas à baixa renda no México está diminuindo devido à falta de financiamento para sua construção. Isso abre uma oportunidade para empresas como a nossa, que têm maior capitalização para atuar nesse mercado", disse.
No México, Moctezuma afirmou que as oportunidades de crescimento podem vir da compra de empresas menores no país, de mais terras ou da maior participação de mercado roubada de outras construtoras que passam por dificuldades.
"Quando divulgarmos nossas estimativas para 2010, daremos mais detalhes sobre o que esperamos do Brasil", disse.
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