Levantamento feito pela consultoria IDC aponta que os investimentos do setor de tecnologia da informação (TI) no Brasil em 2009 devem aumentar 10%. "No primeiro semestre, antes do agravamento da crise, nossa projeção era de 14%. É fato que haverá redução de ritmo, mas, mesmo assim, haverá expansão", avalia Reinaldo Roveri, gerente de pesquisa da consultoria.
O esforço das empresas para enxugar gastos abre novas oportunidades aos setores de telecomunicação e de tecnologia da informação (TI) diante da crise financeira internacional. Em um momento em que a palavra de ordem é economizar, desembolsos com passagens aéreas e hotéis cedem lugar a teleconferências e webcast (transmissão de voz e vídeo via internet).
De acordo com Roveri, o crescimento do setor deve ser sustentado pela procura de produtos como sistemas que permitem melhor gestão empresarial. "Em época de crise, as empresas querem controlar com mais atenção o que entra e o que sai do caixa", acrescenta. Por outro lado, diz ele, devem ser engavetados projetos que têm retorno mais de longo prazo.
Avaliação similar é feita pelo presidente da Associação Brasileira de Tecnologia da Informação e Software de Internet (Assespro), Ricardo Kurtz. "Já esperamos que os clientes dêem preferência a projetos de retorno mais imediato e desistam de grandes investimentos", diz ele. Apesar do ceticismo, ele mantém em 20% a expansão da demanda pelos serviços do setor em 2009.
Entre os produtos que devem ser mais procurados, Kurtz cita aplicativos que permitem teleconferências e maior economia nas centrais telefônicas. "São softwares que permitem identificar, por exemplo, qual operadora de telefonia oferece a melhor tarifa no momento em que a ligação é feita", detalha o presidente da Assespro.
As estimativas não são diferentes para a área de telecomunicações. De acordo com projeções feitas pelo sócio-diretor da consultoria LCA, Fernando Sampaio, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de serviços de informação (que inclui majoritariamente operadoras de telefonia, mas também veículos de comunicação) deve crescer 6,6% em 2008, frente à expansão de 9% no ano passado. Para 2009, a estimativa recua para 4,1%.
Sampaio lembra que o setor de telecomunicações apresenta comportamento diferente de boa parte dos demais segmentos da economia. Por ser uma atividade destinada ao mercado interno e ligada a um serviço básico apresenta pouca retração de consumo durante a crise. "A elasticidade da demanda do serviço frente ao PIB é muito baixa. Isto significa que, em épocas de maior oferta de crédito, o consumo não cresce tanto. Em compensação, em épocas ruins, também cede pouco", analisa o sócio-diretor da LCA.
A Oi já se prepara para uma mudança na demanda de seus clientes corporativos. O diretor de mercado da empresa, João Silveira, conta que a expectativa é de que aumente a procura por serviços que permitam menor deslocamento dos empregados.
"Podemos levar em consideração, por exemplo, uma empresa que tenha de diminuir seu espaço físico por conta da crise. Uma alternativa seria criar facilidades para permitir que os funcionários trabalhem de casa, acessando a rede da empresa e realizando reuniões online. Este serão os tipos de serviço que devem ter demanda aumentada", diz ele, acrescentando que também espera pedidos de renegociação de preços por parte dos clientes.
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