A disparada da tarifa de energia elétrica parece ter afetado os hábitos dos consumidores paranaenses. Depois de vários anos de expansão, o consumo de luz nas residências do estado baixou 2,4% no primeiro semestre na comparação com mesmo período de 2014.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pela Copel. Para a empresa, a baixa é “reflexo da elevada base de comparação de 2014 em função das altas temperaturas registradas no início daquele ano, alinhada à redução do consumo médio”.
As temperaturas mais amenas podem mesmo ter sido decisivas para o recuo de 1,4% na demanda observado no primeiro trimestre, em relação aos três primeiros meses do ano passado. Mas a queda foi ainda mais forte no segundo trimestre (-3,6%), quando o clima não é fator preponderante – o que sugere que nesse período as principais influências vieram da tarifa mais alta e da conjuntura econômica, que reúne queda do PIB, desaceleração da renda e alta da inflação, de vários impostos, dos juros e do desemprego.
A tarifa da Copel subiu duas vezes neste ano. Para a classe residencial, houve uma alta de 31,87% em março, resultado de um reajuste extraordinário concedido a várias distribuidoras pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); e um aumento de 14,62% em junho, data do reajuste anual da concessionária paranaense. Desde o início do ano, portanto, a luz ficou cerca de 51% mais cara no Paraná. Em dois anos, o preço mais que dobrou.
Outras classes
Na soma de todas as classes, o mercado cativo da estatal cresceu 1,3% no primeiro semestre. A principal causa foi a alta do consumo comercial (4,1%), que a Copel atribui ao aumento no número de clientes, e do consumo industrial (3,9%), motivada pelo retorno de consumidores “livres” – empresas de grande porte – para o mercado cativo.
O chamado “mercado fio” da Copel Distribuição, que reflete quase a totalidade do consumo de energia no estado (nos mercados cativo e livre), registrou estabilidade no consumo no primeiro semestre. De um lado, cresceu a demanda do mercado cativo e do fornecimento de energia a outras concessionárias e permissionárias; de outro, houve uma queda de 8,4% na demanda por parte dos chamados consumidores livres.
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