Reunidos em Belém, representantes de diversos movimentos sociais se organizam para divulgar suas idéias| Foto: Vanderlei Almeida/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar aos chefes de Estado de países vizinhos uma proposta de adoção de medidas que estimulem a geração de emprego e renda e incentivem o consumo como alternativa aos impactos da crise econômica internacional. Lula apresentará sua proposta durante os debates no Fórum Social Mundial (FSM), realizado em Belém (PA).

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O porta-voz da presidência da República, Marcelo Baubamch, disse ontem que Lula defenderá que a alternativa para gerar emprego e renda deve ser baseada também em um sistema ambiental sustentável. Ao tratar sobre crise, o presidente lembrará ainda a importância de colaborar com os países africanos.

Hoje à tarde, Lula e os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo, e do Equador, Rafael Correa, participam da abertura dos trabalhos. A delegação brasileira reúne ainda 13 ministros, inclusive a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) – apontada como candidata de Lula na disputa pela presidencial em 2010.

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O Fórum Social Mundial ganhou atenção especial do governo, recebendo investimentos e a presença de várias autoridades federais. Mas o porta-voz justificou que a opção de Lula por participar do Fórum Social, em vez de comparecer ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, deve-se ao fato de o primeiro ocorrer no Brasil.

Para o brejo

"A Amazônia está indo para o brejo". Foi assim que o bispo d. Erwin Krautler, da Diocese do Xingu, no Pará, definiu a situação atual da região, ao participar ontem de um evento no FSM. "No ritmo de destruição que tenho presenciado, desde que cheguei à região, em 1965, não dou mais do que 30 anos para que a maior parte da floresta esteja devastada."

D. Erwin não quis fazer comparações entre as ações de diferentes presidentes para conter o desmatamento. Mas ressalvou que o atual, Luiz Inácio Lula da Silva, poderia fazer mais do que vem fazendo: "O governo deu passos importantes. Mas o Lula teria que ser mais incisivo para conseguir evitar o desastre."

Diferentes movimentos sociais aproveitam o FSM para se organizar. Ao lado da Tenda Irmã Dorothy, que reúne principalmente militantes das bases sociais da Igreja Católica, funciona outra do Conselho Nacional de Movimentos Sociais. Um pouco mais adiante, a dos quilombolas. O Movimento dos Sem-Terra (MST), como já fez em outras edições do Fórum, realiza um evento à parte, fora do câmpus.

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O FSM teve início na terça-feira e segue até o dia 1º de fevereiro. Ele foi criado como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O objetivo do evento social é discutir assuntos, que na avaliação dos organizadores, são esquecidos no fórum de Davos.