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| Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Para ANP, resultado do leilão de Libra foi um sucesso

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANP), Magda Chambriard, disse que um sucesso maior do que o registrado nesta segunda-feira, no leilão de Libra "é difícil de imaginar".

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O leilão

O leilão da área de Libra, o primeiro do pré-sal sob o regime de partilha e maior área já licitada no país, com reservas estimadas entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo, aconteceu nesta segunda (21) sem que o governo tenha um plano de contingência aprovado para minimizar o impacto de um possível desastre ecológico em caso de vazamento de petróleo no mar.

Há mais de um ano permanece em alguma gaveta do Palácio do Planalto um relatório elaborado com a participação de 16 ministérios carregando os princípios básicos a serem adotados nesses casos, sem que a análise tenha sido concluída e o plano aprovado.

Em abril de 2012, o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou na Câmara dos Deputados um desenho completo de como funcionaria o Plano Nacional de Contingência (PNC), previsto para ser implementado pelo governo desde a sanção da Lei 9.966, em 2000. Isso significa que há 13 anos o governo descumpre a lei federal. A audiência pública ocorreu após os acidentes no campo do Frade, na Bacia de Campos, em novembro de 2011 e março de 2012, e o megavazamento no campo de Macondo, do Golfo do México, em 2010.

Coordenador da proposta, o MME informou que "os estudos sobre o PNC foram concluídos pelos ministérios responsáveis e estão sob a avaliação da Presidência da República". A Casa Civil informou, porém, que o tema ainda está "em discussão" no governo, mas não soube informar quando ocorreu a última reunião.

O último debate no governo sobre o plano de contingência de que se tem notícia ocorreu em 10 de maio de 2012. O PNC deve definir os papéis de entidades federais como Marinha, Ibama e Agência Nacional do Petróleo (ANP) – que seriam os coordenadores operacionais do PNC – em caso de acidentes de grandes proporções. Depois do vazamento de Frade, o plano foi ampliado para incorporar procedimentos até então não previstos em casos de vazamentos menores.

  • Há pelos menos dois manifestantes feridos com estilhaços - um deles, atingido na cabeça

A assinatura do contrato para exploração do Campo de Libra pelo regime de partilha será agilizada pelo governo e deve ocorrer dentro de um mês, adiantou hoje (21) a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) , Magda Chambriard. O documento será assinado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e pelas cinco empresas integrantes do consórcio vencedor: Petrobras, Shell Brasil, Total, CNPC e Cnooc.

Veja fotos da manifestação que ocorreu antes do leilão

Magda e Lobão comemoraram o resultado do leilão do Campo de Libra em uma entrevista coletiva logo após a divulgação do consórcio vencedor. Para Magda, "um sucesso maior do que este é difícil de imaginar".

O retorno estimado para o governo fica em torno de 80% sobre o petróleo explorado, se somados a participação de 41,65% oferecida à União, o percentual de 40% da Petrobras, o pagamento de royalties, contribuições sociais e Imposto de Renda e a parcela do lucro da estatal brasileira que cabe à união.

O ministro Edison Lobão também destacou que não houve frustração do governo, apesar de apenas um grupo ter apresentado lance, que garantiu à União o lucro-óleo mínimo previsto no edital. "Nenhuma frustração, já que receberemos o maior bônus de assinatura já pago no mundo e os 41,65%", disse ele. O bônus, de R$ 15 bilhões, será pago pelas cinco empresas vencedoras.

Sobre a participação de um único consórcio, Magda lembrou que as grandes empresas que tinham disponibilidade para investimentos altos e tradição em interesse pelo Brasil participaram da concorrência. Ela explicou, por exemplo, que a British Petroleum não participou do leilão por causa das incertezas quanto à multa que deverá pagar ao governo norte-americano pelo vazamento no Golfo do México, e que a Exxon, a maior petrolífera do mundo, não tem tradição de investimentos agressivos no Brasil.

Sobre as manifestações do lado de fora do Windsor Barra, hotel onde foi realizado o leilão, o ministro Edison Lobão disse que todos têm direito de se manifestar,

Apenas um consórcio apresentou proposta

O leilão do pré-sal seguiu parcialmente o roteiro esperado e apenas um consórcio apresentou proposta e obteve o direito de explorar por 35 anos o campo gigante de Libra, no pré-sal da bacia de Campos, que consumirá R$ 400 bilhões em investimentos nesse período. O consórcio vencedor é liderado por Petrobras (10%, mais os 30% obrigatórios), Shell (20%), Total (20%) e as chinesas CNPC e CNOOC (10% cada).

Pela manhã, veio a notícia de que a espanhola Repsol oficializou sua decisão de não participar do leilão, apesar de ter sido uma das inscritas. A informação não gerou preocupação no governo, porque a espanhola está associada, no Brasil, à chinesa Sinopec, com quem se inscreveu para o leilão. A expectativa era que os chineses não iriam competir entre si.

Petrobras

A Petrobras, além da participação obrigatória por lei de 30% no consórcio vencedor e de liderar os rumos da exploração e produção do campo, ficou com uma fatia adicional de 10%. Para especialistas, a oferta veio na pior hora para a empresa, que está endividada e com fraca geração de caixa diante do represamento, por parte do governo, do reajuste da gasolina.

Protesto contra leilão do campo de Libra

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