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Copom interrompe ciclo de corte de juros e mantém Selic em 8,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu interromper o ciclo de redução da taxa básica de juros da economia brasileira, em vigor desde janeiro deste ano, ao anunciar, nesta quarta-feira (2), a manutenção da taxa Selic em 8,75% ao ano.

A decisão veio após cinco cortes consecutivos dos juros básicos, que estavam em 13,75% ao ano no fim de 2008. Com o anúncio, o Copom confirmou a sinalização de que poderia interromper o ciclo de corte dos juros, divulgada na ata de sua última reunião.

A manutenção dos juros também confirmou a expectativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro. A expectativa dos economistas é de que os juros permanecerão neste mesmo patamar, pelo menos, até setembro de 2010.

Mínima histórica e Juros reais

Mesmo com a manutenção dos juros nesta quarta-feira, a taxa Selic permanece no patamar mais baixo da série histórica do Copom, que tem início em 1996.

Entretanto, o Brasil piorou uma posição no ranking mundial de juros reais (calculados após o abatimento da inflação projetada para os próximos doze meses), passando de quinto para quarto colocado.

Segundo cálculos da consultoria econômica UpTrend, os juros reais brasileiros estão em 4,5% ao ano, sendo superados somente pela China (7,2% ao ano), Tailândia (5,90% ao ano) e Argentina (4,70% ao ano).

Sistema de metas

No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o Copom tem de calibrar a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Ao subir os juros, atua para conter a inflação e, ao baixá-los, avalia que a inflação está condizente com as metas.

Para este ano, e para 2010, a meta central de inflação é de 4,50%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Cenário dos últimos meses

O BC baixou os juros nos últimos meses por conta dos efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira, que resultou em queda do crescimento por dois trimestres consecutivos - o que caracteriza um cenário de recessão. Entretanto, integrantes da equipe econômica têm declarado que já há sinais visíveis de retomada do nível de atividade nos últimos meses.

A decisão do BC de manter os juros estáveis acontece apesar da queda registrada nas expectativas de inflação do mercado financeiro. A projeção para o IPCA de 2009, por exemplo, que estava em 4,53% no fim de julho, quando o Copom se reuniu pela última vez, já recuou para 4,29%. Para 2010, caiu de 4,41% para 4,30% - ambas, portanto, abaixo da meta central de 4,50%.

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