Os Estados Unidos fecharam menos postos de trabalho no setor privado em agosto frente ao mês anterior, e as companhias também planejaram menos demissões, o que sugere modesta melhora no abatido mercado de trabalho norte-americano.
Sinais de recuperação também eram evidentes em dados mostrando que as encomendas à indústria dos Estados Unidos em julho cresceram pelo quarto mês consecutivo, embora a alta tenha sido menor do que economistas previam.
As bolsas de valores norte-americanas operavam perto da estabilidade às 12h36 (horário de Brasília).
Empregadores do setor privado dos Estados Unidos cortaram 298 mil postos de trabalho no mês passado, segundo relatório do ADP Employer Services, desenvolvido em conjunto com o Macroeconomic Advisers LLC.
O dado ficou abaixo das 360 mil demissões observadas em julho, mês no qual o ADP informou inicialmente o fechamento de 371 mil vagas.
"São notícias razoavelmente boas. Poderia ter sido muito pior", disse Peter Kenny, diretor administrativo da Knight Equity Markets, em Nova Jersey.
A consultoria Challenger, Gray & Christmas informou que as demissões planejadas em companhias norte-americanas caíram 21 por cento em agosto, estimulando esperanças de melhora nos gastos do consumidor nos próximos meses.
Contudo, o número cumulativo de cortes desde janeiro atingiu 1,07 milhão, 60 por cento maior em relação aos oito primeiros meses de 2008.
Economistas consultados pela Reuters previam um corte mais modesto de 250 mil postos de trabalho no setor privado no mês passado.
"Eu diria que a tendência está melhorando, mas a economia norte-americana ainda está perdendo empregos", afirmou Win Thin, estrategista sênior da Brown Brothers Harriman, em Nova York.
Os dados do ADP são vistos como uma leitura preliminar do relatório de emprego do governo dos Estados Unidos, a ser divulgado na sexta-feira. Economistas esperam que empregadores dos setores público e privado tenham cortado 225 mil vagas em agosto, abaixo das 247 mil demissões em julho.
Um relatório separado do Departamento de Trabalho apontou que a produtividade fora do setor agrícola dos Estados Unidos no segundo trimestre saltou 6,6 por cento na taxa anualizada, maior avanço desde o terceiro trimestre de 2003.
Encomendas à indústria sobem, aplicações hipotecárias caem
Outro dado mostrou que as encomendas à indústria norte-americana subiram 1,3 por cento em julho, após alta de 0,9 por cento no mês anterior, puxadas principalmente por pedidos de aeronaves civis e pelo setor de transportes.
Economistas procurados pela Reuters, contudo, previam um aumento de 2,2 por cento. Sem considerar itens de transporte, as encomendas recuaram 0,7 por cento sobre junho.
"Eu seria cauteloso sobre ficar excessivamente otimista porque o número excluindo transportes caiu, de modo que no global foi uma decepção", disse Kathy Lien, diretora de pesquisa da GFT Forex, em Nova York.
Pierre Ellis, economista sênior da Decision Economics, em Nova York, afirmou que um declínio acentuado nos preços do petróleo em julho restringiu o crescimento das encomendas. Contudo, ele acrescentou que "a melhora bem gradual na demanda por bens manufaturados continua."
As aplicações hipotecárias recuaram na semana passada, apesar das taxas terem caído, com as solicitações por financiamentos para compra de moradias em queda pela primeira vez desde o começo de julho, segundo um grupo da indústria.
A visão de que o pior pode ter acabado para o abatido mercado imobiliário dos Estados Unidos está ganhando força. Os preços das moradias despencaram durante os últimos três anos, marcando a pior crise do setor desde a Grande Depressão na década de 30.
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