A gastronomia curitibana passou por uma melhora qualitativa na última década e já não é representada unicamente pelos restaurantes de estilo turístico de Santa Felicidade. Cozinhas autorais ganharam espaço com o último ciclo de crescimento da cidade, que atraiu investimentos e clientes de fora, ao mesmo tempo em que houve o suporte da oferta de mão de obra com mais qualificação. "Há pouco mais de dez anos, estávamos limitados à gastronomia típica de Santa Felicidade e aos restaurantes mais sofisticados dos hotéis. Hoje vemos uma diversidade maior, com muitas boas cozinhas de autor, que dão identidade aos pratos", diz Rogério Grobbi, diretor acadêmico do Centro Europeu, que mantém um curso na área gastronômica.
A chegada de novos profissionais ao mercado é um dos fatores por trás da evolução da cozinha curitibana. Nomes como Joy Perine, chef do Zea Mais, e Manuela Buffara, chef na rede de hotéis Deville, se juntam ao do restaurateur Júnior Durski, escolhido profissional do ano pelo exigente Guia 4 Rodas, e do já consagrado chef Celso Freire, que no ano passado abriu o restaurante Guega. "Há muita gente trazendo experiências de fora, com currículos muito bons. Isso se alia à diversidade cultural de Curitiba e dá à cidade potencial para nos próximos anos se destacar no cenário nacional", comenta Grobbi.A evolução, porém, é lenta. "Não acho que houve um salto de qualidade, mas uma caminhada", avalia o chef Celso Freire, que também coordena o curso de gastronomia da PUCPR. "É um setor difícil para o profissional se firmar. Mesmo assim, muita gente quer abrir um restaurante antes de ter experiência, o que atrapalha a abertura de negócios que tenham vida longa", completa. Assim, acaba ocorrendo um processo de seleção natural, em que os bons restaurantes sobrevivem.