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Bolsa

Crise europeia derruba Bovespa ao menor nível em 7 meses

A apreensão com o futuro da zona do euro e com a saúde do sistema bancário na Espanha agravou o sentimento de aversão a risco nos mercados, levando a Bovespa a amargar mais um dia de perdas, com seu principal índice caindo ao menor patamar de fechamento em sete meses nesta quarta-feira (30).

O Ibovespa fechou em queda de 1,53%, a 53.797 pontos. Esse é o menor nível de fechamento desde 10 de outubro de 2011, quando o índice caiu a 53.273 pontos. O giro financeiro do pregão ficou em R$ 6,43 bilhões.

"O cenário para bolsa segue bastante negativo e desafiador", disse o analista William Alves, na XP Investimentos. "Não temos nenhum motivo para imaginar que os investidores estejam dispostos a assumir novos riscos. Os holofotes estão mudando de Grécia para Espanha, mas em todos os casos a tendência majoritária continua sendo de baixa."

A crise na zona do euro mais uma vez azedou o humor dos investidores, com a Espanha se esforçando para resgatar seus bancos e as pesquisas de eleição na Grécia sugerindo disputa acirrada para a eleição de 17 de junho, que deve definir se o país permanecerá no bloco.

OGX caiu 8,36%, a R$ 10,41, e foi a maior contribuição para a queda do Ibovespa, seguida pela ação preferencial da Petrobras, que recuou 2,65%, a R$ 18,35.

O tombo de mais de 3% no preço dos futuros de petróleo nos Estados Unidos pesou sobre o desempenho das empresas do setor no Brasil, segundo operadores.

A preferencial da Vale recuou 0,41%, a R$ 36,45. Em entrevista à Reuters nesta quarta-feira, o procurador República, André Casagrande Raupp, disse que o Ministério Público Federal investiga empreendimentos de cobre da mineradora no Pará, sobre eventuais prejuízos a indígenas.

Além de OGX, mais duas empresas do bilionário Eike Batista figuraram entre as maiores baixas do dia: MMX caiu 7%, a R$ 6,77 reais, e LLX recuou 6,07%, a R$ 2,32 reais.

"Em um movimento de forte aversão ao risco nos mercados, seria bem razoável pensar que empresas com beta (risco) elevado tenham forte baixa", disse Alves. "Essas ações tendem a amplificar o movimento da bolsa, tanto para cima como baixo."

Localiza foi o destaque de alta, com avanço de 2,92%, a R$ 30,65 reais. Segundo o analista Rafael Weber, da Geração Futuro, após cair forte desde abril em função das fracas vendas de automóveis, o papel se beneficiaria com a perspectiva de que os estoques se normalizem nos próximos meses, após as medidas tomadas recentemente pelo governo.

"Além disso, a empresa é bem alavancada em debêntures, lastreadas pela Selic, e em um momento de queda da taxa básica de juros, isso também beneficiaria o papel", disse. A nova taxa será conhecida nesta quarta-feira, com o mercado projetando queda de 0,5 ponto percentual, para 8,5%ao ano.

Eletrobras subiu 2,46%, a R$ 17,90. A companhia reportou na noite da véspera um lucro líquido de R$ 1,268 bilhão de reais no primeiro trimestre, queda de 1% na comparação anual.

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