As demissões anunciadas em fábricas da Volkswagen e da Mercedes-Benz em São Paulo ainda não preocupam o governo a ponto de serem consideradas um sinal de crise no setor. A avaliação foi feita pelo ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) na manhã desta terça-feira (13).
Segundo o ministro, o governo não enxerga uma crise iminente. "Estamos acompanhando o tema e acreditamos que não há uma crise setorial ou estrutural. É uma situação limitada a algumas indústrias. Não há nenhum cenário que indique isso", disse.
O ministro participou de um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
As demissões são vistas, dentro do governo, como pontuais e passíveis de serem resolvidas entre as montadores e os trabalhadores nos próximos dias.
Apesar de afirmar que está apenas acompanhando as negociações, Rossetto se reuniria no início da tarde desta terça com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, Rafael Marques, com o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), Paulo Cayres, o representante da Volkswagen, José Roberto Nogueira, e o assessor do Dieese, Fausto Augusto.
Benefícios trabalhistas
Questionado sobre se trataria das mudanças em benefícios trabalhistas e previdenciários anunciados pelo governo no fim do ano passado com os representantes sindicais nesta terça, Rossetto afirmou que o tema será tratado em uma reunião específica com as centrais sindicais no início da semana que vem.
Em 29 de dezembro, o governo anunciou regras mais rígidas que irão reduzir o pagamento de benefícios como pensão por morte, auxílio-doença, abono salarial, seguro-desemprego e seguro defeso (um seguro temporário para pescador artesanal).
As medidas foram recebidas como mudanças negativas nos direitos dos trabalhadores mas o governo argumentou em sua defesa que elas representam apenas ajustes necessários para se enxugar gastos.
"Estamos muito seguros da necessidade e da qualidade dessas medidas. Essas medidas não reduzem direitos e representam ajustes necessários para a garantia de direitos. Vamos esclarecer uma a uma as medidas nessa reunião. Vamos escutar os dirigentes e a partir daí estabelecer um diálogo futuro", afirmou.
A reunião acontecerá em São Paulo e terá a participação dos ministros Carlos Gabas (Previdência Social), Manoel Dias (Trabalho) e Nelson Barbosa (Planejamento).
- Taxa de câmbio pode elevar exportações de automóveis a patamares dos anos 2000
- Trabalhadores da Ford e Mercedes seguem parados, mesmo após fim de protesto
- Produção de motocicletas cai 9,3% em 2014, diz Abraciclo
- Paralisação parcial após demissões leva Mercedes a abrir negociação
- Setor automotivo espera produção maior em 2015 com ajuda de câmbio
- Vendas de veículos caíram 7,1% em 2014
- Demissões na Volkswagen não contaminarão setor automotivo, diz Anfavea
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast