O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quinta-feira que está tentando aumentar os recursos da instituição para este ano para que os desembolsos em 2008 superem os R$ 80 bilhões já autorizados pelo Conselho de Administração do banco de fomento. De acordo com Coutinho, a demanda por recurso este ano ultrapassa R$ 80 bilhões, mas, por enquanto, as fontes de captação (funding) asseguradas ainda estão neste valor.
Para obter mais dinheiro, o banco pretende fazer uma captação. "Neste momento, o mercado não está favorável. Vamos aguardar uma oportunidade e esperamos que, lá para setembro ou outubro, o mercado nos permita captar".
Além disso, Coutinho disse que o BNDES está examinando alternativas com o Tesouro Nacional e o Ministério da Fazenda para ampliar os recursos disponíveis este ano. "Não posso adiantar agora a forma como será feita. Continuaremos explorando ao máximo oportunidades de captação de recursos, mas só faremos isso de forma eficiente", afirmou. "É difícil antecipar agora o mix de recursos, mas vamos ter de ter o mínimo de entendimento do Tesouro para isso", completou.
Coutinho também disse que a receita do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), principal fonte de recursos do BNDES, também está crescendo, além dos saques, e que os últimos números referentes ao FAT são positivos. "Preocupações de que o FAT entrasse em desequilíbrio estão por hora afastadas", afirmou.
No primeiro semestre deste ano, os desembolsos do BNDES atingiram R$ 38,6 bilhões, o que representa uma alta de 56,2% sobre igual período do ano passado. A expansão das liberações para infra-estrutura chegou a 83,1%, com o valor atingindo R$ 15,2 bilhões. A indústria ficou com R$ 16,1 bilhões, alta de 42,6% sobre o primeiro semestre do ano passado. O setor de serviços ficou com R$ 3,8 bilhões (+41,4%); agropecuária com R$ 2,8 bilhões (+15,8%) e outros com R$ 0,7 bilhão.
No mês passado, o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, já tinha declarado, em evento na Confederação Nacional de Comércio, que os desembolsos poderiam chegar a R$ 83 bilhões ou R$ 84 bilhões este ano. A questão são os recursos.