Ganhos reais devem ser mantidos em 2013, prevê Dieese
Mesmo com a inflação em patamares considerados altos, o que costuma dificultar as negociações salariais, a expectativa para 2013 é de que os ganhos reais dos trabalhadores sejam mantidos em níveis similares dos conquistados em 2012
Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta quarta-feira (20), aponta que 94,6% dos reajustes salariais de 704 unidades de negociação em 2012 ficaram acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi o mais expressivo em termos de unidades de negociação que conquistaram reajustes acima da inflação desde 1996.
O Dieese apontou ainda que apenas 1,3% das negociações tiveram reajustes salariais abaixo do INPC-IBGE, cujo índice varia de acordo com o período da data-base das negociações salariais. Essas categorias tiveram reajustes entre 0,01% e 2% abaixo da inflação.
O levantamento apontou ainda que 4,1% das categorias conseguiram reajustes iguais ao INPC-IBGE e que a faixa com o maior número de aumentos acima da inflação (34,2%) foi no intervalo de 1,01% a 2,00% de ganho real. Os dados do Dieese apontam ainda que, na média de todas as categorias, o valor médio do aumento real dos salários sobre o INPC-IBGE foi de 1,96% nas negociações de 2012. As categorias de trabalhadores avaliadas pelo Dieese estão nos setores de indústria, comércio e serviços.
Indústria
A indústria foi o setor que apresentou maior incidência de reajustes com ganhos reais em 2012, chegando a 97,5% do total de negociações analisadas no setor. O setor também foi o único, dentre os analisados, a não apresentar reajustes abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado. Os 2,5% restantes tiveram reajustes iguais à inflação do período. O valor médio dos aumentos reais na indústria foi o maior dos últimos cinco anos, de 2,04%.
Já o setor de serviços foi o que apresentou a menor porcentagem de negociações com conquistas acima da inflação do período (89 5%). Os reajustes abaixo do INPC no segmento representaram 2,5%, enquanto 8% tiveram ganhos iguais à inflação. O aumento real médio nas unidades de negociação do setor chegou a 1,81% em 2012 o maior no período analisado de 2008 para cá.
As negociações no setor de comércio que tiveram reajustes acima do INPC responderam por 96,4% do total. Aquelas que ficaram abaixo do registrado pelo índice somaram 2,7%, enquanto as que tiveram reajuste igual à inflação chegaram a 0,9%. O aumento real médio do setor no ano passado foi de 2,00%.
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