O diretor administrativo do FMI, Dominique Strauss-Kahn, saudou as tentativas dos EUA de escorar seu sistema bancário e avisou que a economia global enfrenta um desaquecimento sério e de longo prazo em razão da crise financeira em Wall Strett.
Em entrevista ao jornal francês Journal du Dimanche, o diretor do Fundo Monetário Internacional disse que o plano de resgate dos EUA deve abrir caminho para ações em nível internacional que ajudem a superar a turbulência dos mercados.
"Este plano americano é bem-vindo porque é global. Mas precisa ser o primeiro passo de uma ação política internacional", disse Strauss-Kahn na entrevista, cujo teor foi divulgado antes da publicação no jornal, neste domingo (28).
O Congresso norte-americano está trabalhando intensivamente para chegar a um acordo sobre o plano proposto de resgate do mercado financeiro, no valor de 700 bilhões de dólares, antes da abertura dos mercados asiáticos na segunda-feira.
O chefe do FMI disse que a prioridade imediata é que os Estados Unidos aprovem o plano e "apaguem o incêndio", e que depois disso o sistema financeiro global precisará passar por uma reforma.
Ele acrescentou que o FMI estará pronto para assumir um papel de liderança em qualquer novo quadro regulatório se os governos assim quiserem, dizendo que é preciso haver um "fiador global", Strauss-Kahn disse ainda que a crise terá um impacto duradouro sobre a economia global.
"Está em curso um desaquecimento sério e de longo prazo do crescimento global. Será difícil para a Europa e às vezes ainda mais difícil para determinados países pobres", acrescentou.
"Mas a economia real não vai afundar. As moedas não vão desabar. Os bancos centrais estão conseguindo administrar a crise financeira".
Strauss-Kahn avisou ainda que os governos europeus não podem perder o controle sobre seus déficits orçamentários durante a turbulência.
"Abster-se de seguir nossas próprias regras enquanto decidimos regulamentar o sistema financeiro internacional seria curioso", disse ele. "Não se pode acrescentar camadas em cima de camadas de dívida."
- Quito tenta evitar crise com Brasil
- Bancos têm marcas mais valiosas na América Latina
- Presidente da Vale nega problemas com a China e não vê boicote
- Crise é grave e tem grande potencial de estrago, diz presidente do BNDES
- Eletrobrás recebe autorização para negociar ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque
- Bush diz que apesar de divergências sobre plano de socorro, ação era necessária
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast