O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse nesta quinta-feira (15) que o setor deve ficar com uma exposição de cerca de 1,8 mil megawatts médios (MW) no primeiro semestre deste ano.
Esse foi o volume de energia que as empresas não conseguiram contratar no leilão realizado na manhã desta quinta e que deverá ser adquirido no mercado de curto prazo.
Em tese, segundo Leite, o problema das distribuidoras será definitivamente resolvido na metade do ano, quando chegará ao mercado a energia proveniente de usinas mais antigas, cujos contratos de concessão estão por vencer. O executivo disse que a expectativa é que esse volume de energia atinja 2 mil MW médios.
Na avaliação de Leite, a licitação realizada nesta quinta teve como único benefício a previsibilidade dos preços da energia para as distribuidoras. Essa energia foi contratada praticamente pelo teto, por R$ 387,07 por megawatt-hora (MWh), em contratos de três e seis meses.
Com isso, as empresas poderão repassar os preços para as tarifas já nas Revisões Tarifárias Extraordinárias (RTE) que serão realizadas em fevereiro.
Do ponto de vista financeiro, porém, praticamente não houve vantagem para o consumidor residencial, que receberá essa energia a um custo muito semelhante ao cobrado no mercado à vista. Segundo Leite, tampouco haverá benefício financeiro para as distribuidoras, pois essa energia é paga três vezes por mês, diferentemente da comprada no mercado spot, que é paga apenas uma vez.
- Corte de subsídios na energia elevará receita nos estados
- Distribuidoras contratam 2.105 MW médios de energia no leilão de ajuste
- Leilão de energia de ajuste é iniciado e distribuidoras precisam contratar 4 GW médios
- Com aval de Dilma, aumento de impostos pode elevar receita do governo em R$ 9 bi
- Ministro de Energia recomenda que brasileiros reduzam consumo