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Dólar fecha abaixo de R$ 1,90 pela 1ª vez em quase dez meses

O dólar encerrou em queda no mercado brasileiro, rompendo o patamar de 1,90 real no fechamento pela primeira vez desde o dia 26 de setembro. As operações locais acompanharam a recuperação das bolsas de valores globais diante da divulgação de mais balanços corporativos melhores que as expectativas.

A moeda norte-americana caiu 0,84 por cento, para 1,890 real na venda. Frente uma cesta com as principais moedas mundiais, o dólar subia 0,17 por cento.

"O câmbio tem acompanhado o movimento altista do mercado acionário", afirmou o gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária, Carlos Alberto Postigo.

Os resultados corporativos acima do esperado divulgados por Credit Suisse, Bunge e 3M animaram os investidores e sustentaram as bolsas de valores em território positivo.

Os pregões europeus avançaram pela nona sessão consecutiva e atingiram o maior patamar de fechamento em oito meses. O índice Dow Jones superou os 9.000 pontos pela primeira vez desde o início de janeiro, enquanto o Ibovespa avançou mais de 2 por cento.

"Porém, nesses patamares de alta, os mercado acionários podem ter uma realização de lucro, que poderá ter efeitos sobre o dólar", disse Postigo.

Também repercutiram bem as vendas de moradias usadas nos Estados Unidos, que aumentaram em junho num ritmo anual mais forte que o esperado, em um sinal de que o setor imobiliário está se recuperando lentamente.

A Associação Nacional de Corretores dos EUA informou nesta quinta-feira que as vendas cresceram 3,6 por cento em junho, para uma taxa anual de 4,89 milhões de unidades, ante leitura revisada para baixo de 4,72 milhões em maio.

Postigo lembrou que outra pressão sobre o câmbio no mercado local é o movimento dos bancos para manter o dólar baixo frente ao real, buscando lucrar com suas posições vendidas. Os bancos estavam, em 22 de julho, com posição líquida "vendida" em cerca de 5 bilhões de dólares no mercado futuro da BM&FBovespa.

"As compras do Banco Central além do fluxo cambial têm gerado esse movimento especulativo por parte dos bancos", destacou Postigo.

O BC comprou neste mês 405 milhões de dólares no mercado à vista em operações liquidadas até o dia 17 de julho, enquanto o fluxo cambial no período ficou negativo em 330 milhões de dólares.

O volume financeiro na BM&FBovespa somava nesta quinta-feira 1,8 bilhão de dólares.

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