O dólar comercial interrompeu nesta quarta-feira uma trajetória de alta e fechou em queda de 0,97%, a R$ 2,151 na compra e R$ 2,153 na venda. Na mínima, chegou a cair 1,06%, vendido a R$ 2,151. Em nenhum momento, o dólar percorreu o campo positivo.
O leilão do Banco Central para a compra de dólares no mercado à vista não ajudou em nada. A moeda, que já vinha em queda desde o período da manhã, ampliou ainda mais o ritmo de desvalorização frente ao real logo após o anúncio da operação.
O leilão ocorreu das 15h08m às 15h18m. Foram aceitas 9 propostas, com taxa de corte de R$ 2,154. Já há duas semanas o BC não realiza leilão de swap cambial reverso, que vinha acontecendo desde dezembro do ano passado.
- Houve uma alta exagerada do dólar nos últimos três dias (a moeda subiu mais de 3% no período), mas os bons fundamentos da economia brasileira não permitem uma valorização tão grande do dólar - disse Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.
Ele disse que as incertezas no cenário internacional e os recentes acontecimentos políticos envolvendo o ministro da Fazenda, Antônio Palloci, trouxeram volatilidade aos mercados, mas a tendência é mesmo de queda da moeda americana.
- Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a situação é um pouco mais complicada. A bolsa paulista não encontra muito fôlego para subir porque os investidores acompanham de perto as bolsas americanas, que caem com a possibilidade de alta dos juros nos Estados Unidos - disse Campos Neto.
Hoje, particularmente, o Ibovespa registra alta, mas ainda não conseguiu recuperar as perdas dos últimos pregões. Somente ontem, a bolsa paulista caiu mais de 2%. Nesta quarta-feira, o Índice Bovespa subia às 17h 0,76%, para 37.681 pontos.
A queda da rentabilidade dos títulos do Tesouro americano puxou para baixo as taxas de juros futuros no Brasil. A única alta registrada nesta quarta-feira ocorreu no contrato de abril deste ano, que passou de 16,47% para 16,48% (+0,06%).
As taxas caíram 0,32% e 0,33% nos contratos de julho e outubro de 2006. No primeiro caso, o Depósito Interfinanceiro (DI) passou de 15,81% para 15,76% e no outro de 15,38% para 15,10%. O contrato de janeiro de 2007 ficou em 15,15% ao ano, contra 15,10% no fechamento anterior (-0,33%).
Os juros devem firmar uma tendência a partir da semana que vem quando haverá uma nova reunião do Federal Reserve, o Banco Central americano, para definir o rumo da taxa nos Estados Unidos. A reunião do Fed está marcada para os dias 27 e 28 de março. A expectativa é que a taxa de juro suba 0,25 ponto percentual, para 4,75% ao ano. No Brasil, a Selic está em 16,5% ao ano.