O dólar volta a operar em alta nesta quinta-feira (23), repercutindo o dia de perdas nas bolsas de valores mundiais, influenciadas pelos temores cada vez maiores de que o mundo esteja entrando em recessão. Por volta das 10h50, a cotação da moeda norte-americana subia 2,01%, vendida a R$ 2,42. Mais cedo, a cotação chegou a R$ 2,52.
Os negócios seguem a tendência da quarta-feira, quando o dólar subiu 6,67%, fechando a R$ 2,38 - ignorando as ações do Banco Central (BC) para conter a cotação. Segundo o presidente Henrique Meirelles, a atuação do BC para conter o dólar já somou US$ 22,8 bilhões desde o agravamento da crise externa, com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers em meados de setembro.
Os investidores vivem novo dia de pessimismo com a possibilidade de uma recessão mundial - sensação agravada depois de várias empresas terem apresentado queda em seus lucros no terceiro trimestre. "A gente continua a ter uma percepção ruim em relação à economia, de recessão. Não tem como fugir", considerou Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa Investimento.
Falta de liquidez
João Medeiros, diretor de câmbio da Pionner, destaca que a valorização da moeda está amparada na falta de liquidez. Dados de fluxo divulgados pelo Banco Central na quarta-feira mostram que a saída de dólares do país aumentou na semana passada, com o saldo negativo do fluxo cambial do mês aumentando de US$ 1,089 bilhão até o dia 10, para US$ 3,751 bilhões até a sexta-feira passada (17).
"As exportações giravam US$ 4 bilhões por mês. Neste mês haverá metade disso", diz Medeiros, afirmando que as empresas estão começando a desistir de esperar pela acomodação da moeda e podem começar a comprar para honrar os compromissos pendentes. "Se elas começarem a comprar a moeda chegará facilmente nos R$ 3", afirma.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast