O dólar fechou em alta ante real nesta sexta-feira (19), com investidores testando a tolerância do Banco Central à escalada da divisa, que renovou a máxima em sete meses durante o pregão. O movimento teve como pano de fundo a última pesquisa do Datafolha, que reforçou a perspectiva de disputa acirrada no segundo turno das eleições entre a ex-senadora Marina Silva (PSB), preferida pelos mercados, e a presidente Dilma Rousseff (PT).

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A moeda norte-americana subiu 0,33%, a R$ 2,3727 na venda, após atingir R$ 2,3862 na máxima do dia, nível mais alto desde meados de fevereiro. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares. "Ainda tem tempo para as eleições, o que significa que o mercado tem muito espaço para especular. E muita gente aproveita essa volatilidade para ver até que nível o BC aceita o dólar", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

Desde que as mais recentes pesquisas eleitorais começaram a mostrar a presidente Dilma ganhando terreno na corrida presidencial, o dólar tem se valorizado ante a moeda brasileira. O fortalecimento da divisa norte-americana também foi sustentado por perspectivas de que o aperto monetário nos EUA seja mais acentuado do que o projetado há alguns meses.

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Com isso, cresceram as expectativas de que o BC brasileiro possa aumentar a rolagem dos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, para evitar pressão inflacionária decorrente do encarecimento dos produtos importados.

Nesta semana, o dólar acumulou alta de 1,61%. Até agora, contudo, o BC vem mantendo a oferta diária de até 6 mil contratos de swap para a rolagem do lote que vence em 1º de outubro. Ao todo, o BC já rolou cerca de 44 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares. O BC também manteve nesta manhã a venda integral de até 4 mil swaps pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,6 mil contratos para 1º de junho e 1,4 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 198 milhões de dólares.

O dólar chegou a recuar pela manhã, refletindo o quadro externo menos negativo após a Escócia rejeitar proposta de independência. Segundo o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold, a decisão "está aliviando um pouco a pressão que a gente viu recentemente". A Escócia rejeitou a proposta de independência que ameaçava cindir o Reino Unido, o que poderia semear turbulência nos mercados financeiros e diminuir a influência mundial que o país ainda tem.

Metodologia

O levantamento do Datafolha foi encomendado pela Folha em parceria com a TV Globo. Foram ouvidos 5.340 eleitores em 265 municípios entre 17 e 18 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95% - se forem feitos 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00665/2014.

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