O dólar intensificou sua alta na tarde desta quarta-feira (22), acompanhando a onda pessimista dos mercados financeiros mundiais. Por volta das 13h05, a moeda norte-americana subia 6,54%, cotada a R$ 2,377.

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Os investidores vivem novo dia de pessimismo com a possibilidade de uma recessão mundial - sensação agravada depois de várias empresas terem apresentado queda em seus lucros no terceiro trimestre.

Das 49 companhias americanas que anunciaram previsões de resultados entre segunda-feira à noite e terça-feira, 45% foram negativos, 30% de acordo com as expectativas, 21% moderados e apenas 3% positivos.

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Na terça-feira, a moeda fechou em forte alta, apesar das intervenções do Banco Central, subindo 4,98%, para R$ 2,2310. O Banco Central realizou nesta terça dois leilões de venda de dólares no mercado à vista, além de um leilão de swap cambial.

As atuações do BC para conter a alta do dólar, segundo o presidente Henrique Meirelles, já somaram US$ 22,8 bilhões desde o agravamento da crise externa, com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers em meados de setembro.

Análise

Segundo Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia, o mercado cambial nacional está seguindo os movimentos do dólar em todo mundo. Para Piason, o BC precisa atuar de forma mais incisiva, com mais volume. "Até agora ele está enxugando gelo".

Para Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, as atuações do Banco Central no mercado cambial não estão afetando o dólar "pois a taxa (da moeda norte-americana) está sendo puxada artificialmente por especulação".

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Nehme explica que os bancos autorizados a participar das medidas do BC não possuem interesse de fornecer linhas para os exportadores, gerando um "empoçamento" da liquidez. Nas últimas semanas, Sadia, Aracruz e o Grupo Votorantim anunciaram grandes perdas com apostas na manutenção do dólar em patamares baixos.