A incerteza sobre a atuação do Banco Central no mercado de câmbio manteve o dólar travado no patamar de 1,75 real nesta terça-feira, mesmo com o ambiente externo favorável e a entrada de moeda no país.
A moeda norte-americana caiu apenas 0,11 por cento, para 1,753 real. No mês, o dólar tem baixa acumulada de 1,57 por cento. No ano, a variação positiva é de 0,57 por cento.
O BC realizou apenas um leilão de compra de dólares, pouco após o meio-dia. Mas a possibilidade de uma segunda atuação no período da tarde, como ocorreu na quinta-feira passada, manteve o mercado de sobreaviso e limitou a baixa do dólar.
"(O mercado) ainda parece mais pesado na baixa", disse Marcelo Oliveira, operador da corretora BGC Liquidez, em referência ao viés de queda provocado pela perspectiva de entrada de recursos. "Mas o BC tem feito alguns leilões na parte da manhã e isso deixa a dúvida de que, se cair mais, ele pode fazer outro e raspar as ofertas", completou.
A atuação dupla de quinta-feira foi a primeira em quase três anos. Na ocasião, o dólar era cotado nos menores níveis desde janeiro, e analistas disseram que a mudança na estratégia do BC --que vinha comprando dólares apenas uma vez por dia-- deveria sustentar a cotação do dólar no curto prazo, perdendo o efeito conforme continue a entrada de moeda.
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou o discurso da autoridade monetária de que as compras têm o objetivo apenas de enxugar um excesso de recursos no mercado.
O cenário internacional era favorável à queda do dólar nesta sessão, com alta de ações e commodities após balanços corporativos melhores que o esperado nos Estados Unidos restaurarem a confiança do mercado.
O volume de operações na véspera do feriado de Tiradentes ficou dentro da média, com pouco mais de 2 bilhões de dólares a poucos minutos do fechamento, de acordo com dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa.
