O empresário Eike Batista tornou-se réu na Justiça Federal do Rio por supostos crimes contra o mercado de capitais| Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Quase um ano depois de pedir a recuperação judicial da OGX, Eike Batista conseguiu se livrar da dívida de R$ 13,8 bilhões da petroleira.

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Os acionistas da empresa aprovaram na quinta-feira em assembleia a troca da dívida por ações.

O ex-bilionário deixa oficialmente de ser o controlador e os credores passam a deter 71,4% da companhia.

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A OGX entrou em colapso em meados do ano passado, depois que admitiu que suas reservas de petróleo estavam superestimadas. O desastre da petroleira arrastou todo o grupo X.

Eike e seus ex-diretores estão sendo processados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pelo Ministério Público por "insider trading" --negociar ações com informações privilegiadas. Eles negam as acusações.

Com a conversão da dívida, a reestruturação da OGX, comandada pela Angra Partners, chega ao final. O juiz deve aprovar em breve a saída da recuperação judicial. "Os credores e o judiciário carioca colaboraram muito para garantir o futuro da empresa", diz Márcio Logo, do escritório Sergio Bermudes, que representa Eike.

A OGX deve voltar em breve a ter ações negociadas na Bolsa. A companhia vai emitir mais de 86 milhões de novas ações a R$ 160 cada e distribuir aos credores.

MINORITÁRIOEike se tornou o minoritário na empresa que já foi a estrela do seu império. Ele, que era dono de metade da companhia, hoje detém 19% de participação --14% diretamente e outros 5% por meio da empresa naval OSX.

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Os demais minoritários da antiga OGX viram seu patrimônio derreter e também terão apenas 14% da empresa.

No segundo trimestre de 2015, Eike será diluído novamente e ficará com apenas 9% da OGX.

A empresa recebeu um empréstimo de US$ 215 milhões dos credores, que também será convertido em capital.