O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reclamar do sistema financeiro mundial nesta sexta-feira (31) durante a viagem oficial a Cuba. Lula defendeu mudanças no sistema financeiro mundial. Segundo ele, as instituições financeiras sempre se opuseram à regulação estatal, mas recorreram aos governos em busca de socorro ao estourar a crise financeira.
"É preciso mudar a economia mundial. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, do jeito que funcionam hoje, de nada servem. Os países precisam regular o sistema financeiro", afirmou. "Descobriu-se que o mercado é um ovo sem gema", completou.
Lula disse que o mercado tentou se libertar da ingerência do Estado, mas acabou recorrendo aos governos em busca de socorro. "E isso [a crise] provou que o mercado não se auto-regula, e é preciso que os países, principalmente os emergentes, que estão sendo apontados como salvadores do capitalismo, tenham direito a participar das decisões", salientou.
Ele pediu que o mercado seja submetido a regras, como são os governantes. "Não dá para você ser submetido a uma lei e o sistema financeiro não ser". Lula voltou a dizer que a crise é culpa dos especuladores, que "não fizeram produzir nem um botão".
O presidente revelou ainda sua satisfação em pagar a dívida do Brasil com o FMI. "Eu tive uma alegria imensa no dia em que chamei o presidente do FMI, um espanhol chamado Rato [Rodrigo de Rato], e lhe disse: 'Não preciso mais dos seus US$ 16 bilhões, pode levar'. Vocês não imaginam a alegria que tive. Eu que passei a vida inteira dizendo 'Fora, FMI', e, como presidente da República, ter chamado o FMI para dizer 'Adeus, FMI'", comemorou.
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