O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou na noite desta quarta-feira (30) a redução de 0,5 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, a taxa caiu de 9% para 8,5% ao ano - a menor em toda a história.
Além de atingir o piso histórico da taxa, a divulgação é a primeira em que foi detalhado como votou cada um dos sete membros do comitê, decisão baseada na Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor no último dia 16. A decisão, segundo o Copom, foi por unanimidade.
A decisão de baixar os juros em 0,5 p.p. era esperada pelo mercado. Desde o início do ano, o ambiente econômico, com fraco crescimento da economia, indicavam que o Copom manteria sua estratégia de redução de juros.
Na sexta-feira, o IBGE irá divulgar o resultado do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. As estimativas são de que o número não deve ficar acima de 0,5% em relação ao trimestre anterior. Em 2011, o crescimento do PIB foi de 2,7%.
Apesar da estimativa de uma ligeira recuperação do crescimento em abril e maio, a equipe econômica já trabalha com um número ruim no segundo trimestre, levemente superior ao do primeiro, o que deve levar a um crescimento de cerca de 3% no ano.
Com a redução dos juros para 8,5%, passa a valer a mudança do rendimento da poupança, anunciada no começo de maio.A nova regra determina que com a taxa abaixo de 8,5%, um gatilho será acionado e as novas cadernetas de poupança e novos depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial).
Enquanto a taxa do BC estiver acima de 8,5%, nada muda, inclusive para as novas poupanças, que continuam a ter uma correção de 6,17% ao ano mais TR como prevê o modelo atual. A regra vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio.
Votos da Selic
Com a nova Lei de Acesso à Informação, o BC é obrigado a divulgar, a partir desta reunião, os votos de cada diretor para a trajetória da taxa básica de juros da economia, a Selic. As informações serão publicadas tanto no comunicado emitido ainda nesta noite, quanto na ata, que será divulgada na próxima semana. Até está decisão os votos eram secretos.
A autoridade monetária também disponibilizará todas as informações que subsidiaram o Copom para a decisão, mas somente após quatro anos.
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