Apesar da nova regra do ICMS, que exige o recolhimento da diferença de alíquota entre os estados de origem e de destino da mercadoria, as lojas virtuais são fundamentais para ampliar a atuação de pequenos negócios. Uma pesquisa do Sebrae na área de moda e acessórios mostrou, porém, que os empreendedores sentem dificuldades para começar a vender produtos pela internet. Menos de 15% dos entrevistados afirmam que comercializam pela web.
Veja algumas dicas para ter um e-commerce de sucesso.
A falta de conhecimento é o principal fator que dificulta a entrada dos pequenos empresários no segmento de vendas pela internet, avalia o consultor do Sebrae-PR, Marcos Uda. A pesquisa mostra que, entre os que fazem vendas on-line, apenas 28% têm site próprio e 6% estão em marketplaces. Ao planejar entrar no e-commerce, eles enfrentam problemas para conciliar as demandas de criação e manutenção do site com a logística de anunciar, vender, embalar e entregar. Apesar de o processo ser parecido com o de uma loja física, o ambiente virtual requer uma série de cuidados para que traga resultados positivos.
Na visão de Uda, todas as empresas precisam ter presença virtual. Isso significa que é recomendável que o empreendedor faça um site e esteja presente em redes sociais, de acordo com o perfil do seu público-alvo. Esses canais servem para fazer a divulgação de produtos, serviços e informações relevantes para o consumidor.
Segundo passo
Depois, é possível ampliar os canais de venda. A loja virtual requer maior planejamento e preparação do empresário. Existem ferramentas gratuitas para criação de e-commerce e empresas especializadas que oferecem o serviço. Para quem está começando, a recomendação é criar lojas virtuais mais enxutas, que entreguem somente para determinadas regiões do país. Com o tempo, será possível observar a aceitação do público e, se houver demanda, ampliar a atuação para todo o território.
Para manter as vendas aquecidas, além de oferecer produtos de qualidade e políticas claras de entrega e troca, é necessário investir em comunicação, divulgação e monitoramento. A divulgação é feita na própria internet, através de redes sociais e anúncios pagos. Já os canais de comunicação com o cliente devem ser físicos e virtuais, com um serviço de atendimento via telefone e outro pelo próprio site.
R$ 48,2 bilhões
Foi o volume de faturamento do e-commerce em 2015, valor que representa um crescimento de 22% em comparação com 2014. As pequenas e médias empresas presente no segmento faturaram R$ 10,1 bilhões, resultado 21% superior ao apurado no ano anterior. Para 2016, a estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico é que o volume de faturamento do setor, como um todo, alcance R$ 56,9 bilhões.
Atualização constante garante sucesso a sites curitibanos
A Espaço Gestante, empresa curitibana especializada em moda para grávidas, começou há sete anos com uma loja física. Com o tempo, a proprietária Milena Lenzi Morais percebeu que era preciso ampliar os canais de venda, pois muitas grávidas têm uma gestação de risco e não podem sair de casa com frequência.
Lançado há mais de um ano, o e-commerce representa 30% do faturamento da marca. “Muitos maridos também compram as peças pela internet para presentearem suas esposas”, diz Milena. Para facilitar na escolha das peças, há uma tabela de medidas e vídeos com dicas e novidades no site. A empresa também está presente em redes sociais e mantém um blog. Todos os canais são administrados por uma especialista em marketing.
Outra empresa curitibana que encontrou no e-commerce um nicho de mercado foi a Tutu Sapatilhas. Com o canal há mais de quatro anos no ar, a marca está sempre fazendo atualizações para se adaptar às exigências dos clientes. A mais impactante foi a mudança no design do site, há cerca de dois anos.
A loja virtual responde, em média, por 50% do faturamento do negócio. Para conseguir bons resultados, a empresa investe na publicação diária de posts nas redes sociais e em parceria com blogueiras de moda. “No começo, achei que era mais simples conseguir espaço na internet. Não basta você criar um e-commerce e achar que vai vender. Você tem que estar sempre alimentando suas redes sociais. É um trabalho diário”, conta Fabiana Montalvão, sócia da empresa.
Fique atento
Dicas para um e-commerce de sucesso:
Criação da plataforma
Escolha uma ferramenta gratuita ou uma empresa especializada para montar o e-commerce. Fique atento ao contrato e a restrições, como o uso do banco de dados e a migração para outros serviços.
Estoque
Planeje a aquisição de produtos de acordo com a demanda e a sazonalidade, para evitar sobras ou faltas. Se tiver loja física, o estoque é no próprio local de venda. Caso contrário, é necessário encontrar um espaço adequado para armazenar os produtos.
Produtos
Tenha informações claras sobre os produtos. Por exemplo, citar qual é o peso, cor, tamanho e outros dados técnicos relevantes. Investir em fotos de divulgação.
Atendimento
Tenha um serviço de atendimento ao consumidor para tirar dúvidas. Pode ser on-line ou por telefone. Se mantiver canais de redes sociais, sempre responda as dúvidas.
Segurança para o cliente
Tenha uma política clara de troca e devolução de produtos e deixe claro para o consumidor o prazo da entrega e o valor do frete. Disponibilize de forma visível no site informações como razão social, CNPJ e endereço da empresa.
Redes sociais
Estude o público-alvo e esteja presente nas redes sociais chaves para ampliar as vendas. É recomendável oferecer conteúdo de qualidade ao consumidor sobre a marca ou o segmento de atuação e não fazer posts somente de anúncios. Além disso, atualizar periodicamente.
Monitoramento
Use ferramentas gratuitas ou pagas de monitoramento para saber quais são os resultados das campanhas de divulgação e do próprio e-commerce: para quem mais vende, para onde, o quê, etc. Com o resultado do monitoramento, reveja sempre suas estratégias de comunicação e marketing.
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