Gladys Mariotto usou experiência com educação para montar negócio on-line.| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Como transformar uma dificuldade pessoal em um modelo de negócio rentável. Esse foi o case que a fundadora da startup paranaense Já Entendi, Gladys Mariotto, contou aos espectadores do TEDx realizado em Vitória, no Espírito Santo. Ao todo, foram 12 palestrantes na conferência realizada no dia 29 de agosto. O evento é uma versão brasileira do TED (Technology, Entertainment, Design), plataforma mundial que armazena palestras curtas de pessoas que tenham ideias que mereçam ser compartilhadas.

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A participação da empresa paranaense na conferência serviu para trazer visibilidade ao serviço oferecido e prospectar novos negócios. Gladys contou como começou a empreender, os desafios para tornar a startup uma realidade e falou sobre mercado de capacitação profissional no Brasil. “Investimos na participação de eventos e concursos, pois isso nos ajuda a conseguir novos clientes”, diz. Lá, ela afirma ter feito contato com três potenciais novos clientes.

A Já Entendi desenvolve vídeo-aulas e treinamento presencial e on-line para empresas que querem capacitar seus funcionários da base da pirâmide, ou seja, aqueles que têm baixa escolaridade. No Brasil, é a única a oferecer o serviço focado para esse nicho de mercado. São, no momento, 12 clientes, entre eles Natura, Walmart e Damatech. Além disso, atua também com uma plataforma de víde-oaulas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com mais de 2 mil assinaturas.

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Tudo começou quando Gladys foi prestar vestibular. Como tem déficit de atenção, teve de desenvolver intuitivamente práticas para aprender e reter informações de forma mais fácil e ágil. Depois, aplicou a mesma metodologia para o Mestrado e o Doutorado. Com o sucesso nas fórmulas desenvolvidas, produziu livros didáticos sobre formas de aprendizado e educação inclusiva. O projeto ganhou força e Gladys foi convidada para apresentar a metodologia em Cuba, a convite da Unicef.

Com o reconhecimento internacional, ela percebeu que tinha nas mãos uma grande oportunidade de negócio. Em 2010, procurou o Sebrae para tirar dúvidas sobre como abrir a empresa. Um ano depois, participou da incubação do Senai-PR e colocou o Já Entendi no ar, com vídeo-aulas para o Enem.

Como o mercado de preparação para o vestibular tem muita concorrência, a empreendedora foi orientada pela Endeavor a adaptar o modelo de negócio e focar na capacitação de funcionários. Hoje, esse nicho representa 95% do faturamento da startup. As empresas contratam a Já Entendi, repassam o conteúdo e a equipe desenvolve as vídeo-aulas e os treinamentos. A metodologia baseia-se em mapas mentais, dramatização e design instrucional para desenvolver os conteúdos, como, por exemplo, capacitação para vendas, atendimento ao cliente, limpeza e segurança alimentar. De acordo com dados da empresa, os ganhos de aprendizagem são de 200%.

Neste ano, a startup espera aumentar o faturamento em dez vezes. Para o próximo ano, a expectativa é crescer cinco vezes mais em relação a 2015. “Com a crise, as empresas têm que capacitar os seus funcionários, então o cenário para esse mercado é positivo. Já temos contratos fechados para o próximo ano e estamos trabalhando com capacidade máxima”, afirma Gladys. A Já Entendi tem sede em Curitiba e conta com 15 pessoas na equipe. Recebeu um aporte de R$ 300 mil de um investidor-anjo.

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