O Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, que demitiu 3 mil funcionários na segunda-feira (14), e o Estaleiro PetroUm, em Niterói, entraram com pedido de recuperação judicial. Em comunicado divulgado nesta terça (15), as empresas, que fazem parte do Grupo Synergy, do empresário Germán Efromovich, dono também do Estaleiro Mauá e da empresa de aviação Avianca, afirmam que a medida é para que as atividades possam ser retomadas.
“A diretoria das empresas, respaldada pelos acionistas, tomou essa decisão difícil, porém racional, com objetivo de preservar os estaleiros e permitir que suas atividades sejam retomadas plenamente o mais breve possível, após entendimento com seus clientes, fornecedores e demais credores”, diz o comunicado.
Para Edson Carlos Rocha da Silva, coordenador nacional da Indústria Naval pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, a situação dos demitidos fica ainda pior com o pedido de recuperação judicial: “É tudo que não queríamos. Isso inviabiliza a possibilidade de negociação. Tudo terá de passar pela Justiça. Isso é muito ruim.”
Recontratação
Sobre as demissões, o comunicado do Eisa afirma que pode haver recontratação. “Os empregados ontem (anteontem) dispensados que se dispuserem a voltar a trabalhar no Eisa e Eisa PetroUm terão prioridade na recontratação, conforme carta entregue aos trabalhadores”.
Maurício Almeida, vice-presidente da Associação das Empresas Navais e Offshore de Niterói e São Gonçalo (Asscenon), afirma que o setor está vivendo “uma espiral descendente absurda”, numa crise comparável à que ocorreu nos anos 1980: “O setor está virando pó.”