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Computador chega a 20% das casas. No sudeste o número é triplo no nordeste
Os brasileiros estão cada vez mais informatizados e conectados à internet. Na média nacional, uma de cada cinco residências já possui computador e quase o mesmo número de casas tem acesso à internet. Leia reportagem completa
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Em um ano, rendimento dos trabalhadores cresceu 7,2%
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2006), divulgada na manhã desta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que houve aumento no rendimento médio do brasileiro, que o número de pessoas ocupadas cresceu e que a população mais idosa do país está concentrada no Rio de Janeiro. No geral, a tendência de envelhecimento da população, observada em anos anteriores, persistiu. Leia reportagem completa
Leia mais sobre a pesquisa
Renda aumenta, mas 51% não contribuem com Previdência
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2006), divulgada nesta sexta-feira (14) pelo IBGE, mostra que houve aumento no rendimento médio dos trabalhadores, principalmente no poder de compra dos trabalhadores de baixa renda. Mas, por outro lado, mais da metade (51,2%) da população ocupada do país não contribuiu para a Previdência em 2006. Leia reportagem completa
A população brasileira manteve a tendência de envelhecimento registrada em pesquisas anteriores - com aumento das faixas de idades mais elevadas e redução das faixas mais jovens. A taxa de fecundidade no ano passado foi estimada em 2 nascimentos por mulher, abaixo dos 2,1 registrados em 2005. As informações constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2006, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população total atingiu, no ano passado, 187,2 milhões de pessoas e todas as regiões tiveram aumento da população mais velha e redução da população mais nova, movimento que foi mais acentuado nas regiões Sudeste e Sul. No Sudeste, o percentual de crianças entre 0 e 9 anos caiu de 15,3% em 2005 para 14,7% no ano passado, enquanto na Região Sul a fatia passou de 15,6% para 15,1%. Em contrapartida, a participação de pessoas com 40 anos ou mais na população subiu de 34,9% para 35,8% no Sudeste e de 34,8% para 35,7% no Sul.
Na média nacional, as crianças entre zero e 9 anos responderam por 16,5% do total dos residentes no ano passado, contra fatia de 17,1% em 2005. Os habitantes com 40 anos ou mais, que correspondiam a 31,5% do total em 2005 passaram para 32,3% do total.
A estrutura menos envelhecida é da Região Norte. Em 2005, os residentes na área entre 0 e 9 anos representavam 22,5% do total da população e eram mais numerosos que os 22,3% com 40 anos ou mais. No ano passado, as crianças até 9 anos tiveram sua participação reduzida para 21,6%, enquanto aqueles com mais de 40 anos passaram a responder por 23,2% do total de habitantes.
A Região Norte também foi a única que apontou contingente de crianças de 0 a 4 anos maior que o de pessoas de 60 anos ou mais (1,6 milhão a 979 mil). A relação se repete em todos os estados da região, com destaque para o Acre, onde as pessoas com até 4 anos representam 12% do total da população. Na outra ponta, o Rio de Janeiro é o que possui menor percentual de jovens até 4 anos (5,9%) e o que tem a maior fatia com mais de 60 anos (14,1%).
Mulheres vivem mais A Pnad também detectou que a população feminina entre 0 e 4 anos em 2006 era, no ano passado, 6,7% inferior a de homens, enquanto o número de mulheres com 60 anos ou mais superava o número de homens em 21,2%. Ou seja, nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais. Em 2006, população do país era composta por 96 milhões de mulheres e 91 milhões de homens e a Região Norte é a única das cinco regiões brasileiras em que há mais homens que mulheres.
O número médio de pessoas por domicílio ficou em 3,4 em 2006 e 3,2 pessoas por família. Mais uma vez, a Região Norte destoa do restante do país e tem a média mais elevada: 4 moradores por domicílio e 3,5 integrantes por família. As regiões Sul e Sudeste têm as taxas mais baixas: 3,2 moradores por domicílio e 3 integrantes por família.
Renda em alta
Um dos principais destaques da pesquisa foi o aumento da renda média real, que subiu 7,2% em 2006 na maior recuperação desde 1995. No entanto, a alta não foi suficiente para trazer a renda aos níveis de 1996, o ano mais forte da série estudada, de R$ 975.
- O aumento real do salário mínimo nos últimos anos está impactando o rendimento do trabalhador, principalmente a renda das classes mais baixas - afirmou a economista do IBGE Márcia Quinstlr.
A economista destacou que também contribuíram a expansão do emprego do trabalhador com carteira assinada (de 33,1% da população ocupada para 33,8%) e a redução da informalidade (de 51,8% em 2005 para 50,4% em 2006).
De acordo com a pesquisa, a metade mais pobre da população foi a mais beneficiada pela recuperação dos salários. Para este grupo, a renda atingiu o valor mais alto em dez anos e chegou a R$ 293, superando o pico de R$ 257 registrados em 2006.
As tendências de melhora nos indicadores já vêm de outros anos, mas o que surpreende na Pnad referente a 2006 é o conjunto dos dados. Praticamente todos os indicadores apresentaram melhora.
A desigualdade continua caindo. A redução foi pequena, mas mostra consistência na lenta melhora das diferenças de renda da população. O índice de Gini (indicador internacional de desigualdade que vai de 0 a 1) vem caindo desde 1993 e em 2006 recuou mais 0,003 para 0,541.
O Brasil menos desigual em 2006 foi influenciado pelo aumento de 13,3% no salário mínimo. A alta de 7,2% na renda média real da população beneficiou principalmente a metade da população com rendimentos menores . A diferença entre ricos e pobres, no entanto, continua alta.
Escolaridade
A taxa de escolarização foi recorde: quase 96,7% das crianças entre 7 e 14 anos estavam na escola. E uma mudança da lei, que passou a obrigar crianças entrarem na escola um ano mais cedo, elevou em 3% o número de estudantes entre 5 e 6 anos nas salas de aula. A alta foi significativa e a expectativa é que o número continue crescendo nos próximos anos, pois o prazo para implementar a obrigatoriedade é 2010.
A vida moderna também está refletida na pesquisa. O número de residências com um só morador subiu de 10,8% em 2005 para 11,1% em 2006. Além disso, a população está tendo menos filhos : a média caiu de 2,1 filhos por mulher em 2005 para 2 em 2006. E o IBGE diz que o ritmo de queda está muito mais acelerado no Brasil do que aquele observado no passado na Europa, onde a baixa taxa de natalidade da população já é um problema há tempos.
Mas o estudo também mostra que falta avançar. A taxa de analfabetismo caiu, mas ainda é gigantesca. Quase 15 milhões de pessoas não conseguem ler um bilhete. E mesmo com o aumento da formalização a carteira assinada é um privilégio de apenas um terço da população ocupada.
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