A melhora nas expectativas do mercado financeiro levou o dólar a alcançar na segunda-feira (24) a maior baixa desde junho de 2015, fechando em R$ 3,12. No início da tarde desta terça, a moeda caia 0,32%, chegando a R$ 3,11. A Lei da Repatriação, que arrecadou mais de R$ 33,1 bilhões, foi uma das razões para a apreciação do real, mas não a única.
Veja a variação do dólar no acumulado do ano
Para o diretor da Câmbio Curitiba, Nicolas Berhorst, a redução na taxa básica de juros para 14% ao ano e o comprometimento do governo em aprovar as reformas para reduzir o endividamento público lançam bases para uma retomada do setor produtivo, o que melhora as perspectivas dos agentes econômicos. “A melhora das expectativas se deve à tendência de aumento de investimentos em infraestrutura e de produção”, afirma.
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O analista econômico da RC Consultores Everton Carneiro avalia que a entrada de recursos por meio da repatriação teve um forte impacto sobre a redução das divisas nesta semana, mas que no longo prazo a melhora da confiança na economia é o que deverá puxar a apreciação do real. “Nós vemos uma melhora nas perspectivas futuras, mas esse é um fundamento frágil. Os indicadores econômicos ainda estão ruins e a questão política não foi estabilizada”, acrescenta.
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Diante deste cenário, o Boletim Focus, que reúne as perspectivas do mercado financeiro, prevê o câmbio a R$ 3,20 até o fim deste ano, assim como a RC Consultores. Já o sócio-diretor da consultoria Tendências, Nathan Blanche, vislumbrou em entrevista ao O Globo uma taxa entre R$ 3,10 e R$ 3,30, mas não descartou que o dólar fique abaixo dos R$ 3.
Até 31 de outubro, prazo final para a repatriação de recursos mantidos fora do Brasil de maneira irregular, o governo estima uma arrecadação superior a R$ 50 bilhões em multas e impostos. Além disso, caso seja aprovada, a PEC do Teto de Gastos, que terá a sua segunda votação nesta terça-feira (25), contribuirá para a entrada de capital estrangeiro e valorização da moeda brasileira, avaliam economistas.
Swaps
No ano, o real foi uma das divisas que tiveram a maior apreciação ante o dólar em todo o mundo, de 22,4%. Como consequência desse movimento, o Banco Central passou a reduzir os swaps cambiais para segurar a alta do dólar.
No início do ano, o estoque de moedas no mercado futuro era de US$ 108 bilhões. Hoje, está um pouco abaixo de US$ 30 bilhões. Em 1.º de novembro, o governo deverá retirar mais US$ 3,5 bilhões.
Dólar turismo custa entre R$ 3,22 e R$ 3,38
Euro varia entre R$ 3,53 e R$ 3,65 nas casas de câmbio do Rio
Com a queda do dólar comercial — que puxa consigo o dólar turismo — poucos meses antes da temporada de férias, as casa de câmbio já começam a ficar movimentadas. À procura pelas melhores barganhas, muitos consumidores vão comprando aos poucos, de acordo com o movimento das cotações.
Nesta manhã, por exemplo, tanto o dólar turismo quanto o euro saíam mais em conta na DG Corretora. Em dinheiro, a moeda americana era negociada a R$ 3,22, já somado o Imposto de Operações Financeiras (IOF) de 1,1%. No cartão pré-pago, a divisa saía a R$ 3,42, enquanto o euro chegou a R$ 3,53 no papel-moeda e R$ 3,75 no plástico.
Na Cotação, por outro lado, encontravam-se os maiores preços para ambas as moedas. O dólar em espécie saía a R$ 3,38. Já para crédito no cartão pré-pago, o valor era de R$ 3,51. O euro em espécie era vendido por R$ 3,65, enquanto no cartão pré-pago saia a R$ 3,81.
A Western Union, no período da manhã, cotava o dólar a R$ 3,34 e R$ 3,48, em papel e plástico, respectivamente. Já a moeda europeia chegou a R$ 3,61, em espécie, enquanto no cartão saía a R$ 3,78.
Por fim, no Itaú, para compras até US$ 1.000, o dólar em espécie saía a R$ 3,34. No cartão, para a aquisição de até US$ 650, a moeda americana custava R$ 3,53. Para a compra de até € 800, o valor de cada euro era de R$ 3,64. Já o crédito de até € 1.320 no plástico deixava a cotação em R$ 3,83.
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