Comprar uma casa, trocar de carro, estudar fora do Brasil ou abrir o próprio negócio. Não importa o motivo, os objetivos devem estar em primeiro lugar na hora de criar o hábito de poupar e estabelecer estratégias de investimentos. Mas, para balizar as escolhas, os aplicadores precisam ter disciplina, conhecer o seu nível de aversão ao risco e separar os aportes em três gavetas: de curto, médio e longo prazo.
Segundo consultores financeiros, os investidores precisam estar com as contas em dia e saber exatamente quais são as suas rendas e despesas mensais antes de iniciar uma estratégia. O educador da DSOP e gerente de investimentos do Sicredi Vale do Piquiri, Marcio Araújo, afirma que as aplicações têm de estar previstas no orçamento, assim como as despesas. Logo, elas não podem ser encaradas como as “sobras” dos ganhos menos os custos.
Rebalanceamento
O rebalanceamento consiste em uma revisão periódica dos investimentos para avaliar se os ganhos alcançaram as metas projetadas e se é necessário repensar quanto dinheiro será destinado para cada prazo. Para o diretor-executivo da G9 Investimentos, Gustavo de Carvalho Chaves, o ideal é que a prática ocorra de seis em seis meses. “Antigamente, as pessoas não precisavam olhar tanto os investimentos, o que caiu com a quantidade de produtos lançados. Mas, antes de realocar os recursos, é preciso avaliar se o saque é vantajoso, porque a tributação tem impacto sobre os ganhos”, alerta.
Também não existe um número mágico que indique quanto deve ser destinado aos objetivos, mas para o diretor-executivo da G9 Investimentos, Gustavo de Carvalho Chaves, o mínimo recomendado é de 20% das receitas mensais. Na opinião do consultor, investidores mais jovens – na faixa dos 20 aos 30 anos e que geralmente possuem menos gastos – podem aproveitar para destinar mais dinheiro aos seus sonhos.
Mas, para ele, independente da idade, o colchão financeiro de curto prazo deve ser a prioridade das aplicações. “Principalmente num cenário em que há mudanças de regras, como a Reforma da Previdência, e em que um assalariado demora mais para se recolocar no mercado de trabalho”, acrescenta. O colchão deve cobrir um período de seis meses a um ano de renda e priorizar a facilidade do saque. Papeis do Tesouro Selic (LFTs), fundos de investimentos em renda fixa e Créditos de Depósito Bancário (CDBs) com prazos mais curtos estão entre os investimentos mais indicados, já que tendem a garantir ganhos acima da inflação.
Médio prazo
Os objetivos que exigem um maior comprometimento da renda e que podem ser realizados em até cinco anos são considerados de médio prazo. Entre os sonhos que costumam se encaixar nesta modalidade estão uma viagem com a família para fora do Brasil, se casar ou comprar um carro novo.
Para Araújo, o tempo mais longo permite imobilizar o dinheiro, fazendo com que os recursos fiquem investidos em aplicações com retorno maior e liquidez mais baixa. Dentro desse período estão os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação, Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) -- que possuem isenção do Imposto de Renda -- e CDBs e Recibos de Depósitos Cooperativos (RDCs) com carência ampliada. Para os investidores com perfil arrojado, há ainda a opção de fundos multimercados e as ações.
De olho no longo prazo
A maior procura por aposentadorias complementares elevou em 9,54% a contratação de planos de previdência privada até novembro de 2016, segundo levantamento da FenaPrevi, entidade que representa o setor. O educador financeiro da DSOP Marcio Araújo, no entanto, alerta que os investidores que escolherem esse tipo de aplicação devem se atentar às taxas de administração e de carregamento, que podem inviabilizar os planos. Entre as opções para o longo prazo estão o aluguel de imóveis, os fundos de investimento em renda fixa de longo prazo e as ações, que são indicadas para os perfis mais agressivos.
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