Os fundos simples são considerados uma das portas de entrada para os investidores que procuram desbravar opções além da poupança. Criados no fim de 2015 por meio da instrução 555 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), eles são uma versão atualizada dos fundos referenciados, que receberam uma nova nomenclatura para facilitar o entendimento dos aplicadores.
Com uma composição conservadora, as aplicações de renda fixa são compostas por 95% de papeis do Tesouro Direito e o restante em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de grandes bancos. Até novembro do ano passado, a Associação das Entidades do Mercado Financeiro (Anbima) registrou 24 fundos existentes, que tiveram um Patrimônio Líquido de R$ 6,489 bilhões. Deste total, o maior volume ficou concentrado nas grandes instituições financeiras.
A facilidade para a aplicação, que pode ser feita por meio da internet, a alta liquidez e o baixo tíquete de entrada, que gira em torno dos R$ 50, são apontados como os motivos para a atratividade dos fundos. Mas as taxas de administração e o desempenho abaixo da DI, índice que acompanha os juros básicos da economia (Selic), têm efeito sobre os ganhos dos poupadores.
Até novembro do ano passado, os fundos dos grandes bancos possuíam taxas de administração que iam de 1,5% a 2,5% ao ano. A aplicação com o rendimento mais alto, de 12,65%, foi do banco Daycoval, mas ainda assim apresentou um retorno inferior aos 14,16% da DI. Todos os investimentos com taxas acima de 2% ao ano, porém, perderam para a poupança, que deve fechar 2016 com um rendimento anual em torno de 8%.
Aos investidores que optarem por estes fundos, o sócio da Toro investimentos, André Chede, recomenda taxas de administração de até 1% ao ano, para assegurar maiores ganhos. Segundo ele, estas aplicações são recomendadas para estratégias de curto prazo, mas para objetivos longos existem opções mais indicadas, como os títulos do Tesouro Direto prefixados e os atrelados à inflação (IPCA+), que possuem menor liquidez e rendimento mais elevado.
O planejador financeiro Rodrigo Bussab aconselha que os investidores dispostos a sair da zona de conforto devem procurar por fundos de renda fixa em corretoras de valores independentes, que oferecem custos mais baixos para a gestão. Em algumas delas, por exemplo, é possível encontrar ativos com aplicação inicial de R$ 1 mil e taxas de administração de 0,5%. “Nas corretoras é possível encontrar títulos de bancos médios com retornos acima da DI sem correr grandes riscos”, afirma ele. Os CDBs são garantidos em até R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em caso de quebra das instituições.