
- BR-277 é liberada, mas carga no porto segue em queda
- União pode liberar FGTS às vítimas
- Prefeituras terão de comprovar estragos para receber verbas
- Estado de calamidade deve ser reconhecido em 48 horas
- A ajuda preciosa dos voluntários
- Copel causou enxurrada, diz vereador
- Fila de veículos chega a 20km na BR-277
- Sobe para quatro o número de mortes causadas pelas chuvas no Paraná
Para evitar a falta de combustível no Paraná, a Petrobras iniciou ontem uma operação preventiva de deslocamento de gasolina e óleo diesel de São Paulo em direção ao estado. A produção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, que abastece o Paraná e Santa Catarina, está em marcha lenta devido à interrupção do fornecimento de petróleo. Desde a tarde de segunda-feira, os oleodutos que abastecem a refinaria que saem dos terminais de Paranaguá, São Francisco do Sul (SC) e Biguaçu (SC) tiveram a operação totalmente suspensa por causa de deslizamentos na BR-376. As tubulações foram entortadas e ficaram expostas após os desmoronamentos. Com o temor de que novas chuvas acabem piorando a situação na serra e danificando ainda mais os tubos, elevando o risco de vazamentos, os técnicos da Transpetro, estatal responsável pelo transporte do petróleo, decidiram interromper o fluxo de óleo bruto.
A Petrobras afirmou que as operações devem ser normalizadas em dez dias. E informou, em nota, que "está disponibilizando a entrega de derivados de outros polos, principalmente de São Paulo, nas refinarias Replan e Revap, caso haja necessidade das companhias distribuidoras para atendimento ao mercado. No momento, a Petrobras não vislumbra problemas de abastecimento na região".
O presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, afirma ser pouco provável a falta de combustível no Paraná. Segundo ele, a situação é mais grave no leste de Santa Catarina, região também atendida pela Repar e que já sofre com o racionamento de gasolina e óleo diesel. A solução estudada para o estado vizinho é a transferência de derivados da Refap, uma das refinarias da Petrobras no Rio Grande do Sul.
"No Paraná, vamos ter uma parte dos derivados abastecida por São Paulo, via trens e caminhões", disse Fregonese. "Mas a Petrobras tem um volume reserva bastante significativo de óleo bruto para processar. A produção deve cair um pouco, mas não deve ser interrompida. Embora o mercado e a demanda por gasolina e óleo diesel estejam bastante aquecidos, até por causa do preço mais alto do álcool, não acho que vamos ter problema de abastecimento no Paraná. A situação é mais crítica em Santa Catarina", completou.
Na média de janeiro, o Paraná consumiu 5,25 milhões de litros de gasolina por dia o suficiente para encher o tanque de cerca de 100 mil carros populares. No mesmo mês, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP) , o consumo de óleo diesel foi de 9,74 milhões de litros. A produção média da Repar é de 7,1 milhões de litros de gasolina e 14,1 milhões de litros de óleo diesel, segundo dados de 2007.
Conserto
Na tarde de ontem, engenheiros da Transpetro trabalhavam nos pontos mais problemáticos do oleoduto. No quilômetro 670 da BR-376, local onde as tubulações foram mais afetadas, os técnicos tinham dificuldade para chegar até os dutos, que ficam em cima de um morro.
Segundo Silvaney Bernardi, presidente do Sindipetro PR/SC, que representa os trabalhadores do setor de petróleo e gás, o conserto de oleodutos costuma ser demorado. "Há todo um serviço de esgotamento e de despressurização que deve ser feito, que não é tão simples. Também é preciso fazer uma avaliação para ver a movimentação da terra."
Colaborou Albari Rosa



