Os frentistas paranaenses poderão entrar em greve caso não consigam melhores salários. Na próxima segunda-feira (28), uma reunião entre o Sinpospetro, que representa os trabalhadores e o SindiCombustíveis, sindicato que engloba os donos de postos, deve tentar resolver o impasse. Os trabalhadores reivindicam 17,5% de reajuste, valor que o SindiCombustíveis considera "impraticável".
Para o presidente do Sinpospetro de Curitiba, Lairson Sena, o atual piso salarial dos frentistas, de R$ 692, não consegue suprir as necessidades dos trabalhadores. Para Sena, os postos possuem condições de atender as reivindicações, mas não o fazem para lucrar mais. "Temos documentos que comprovam que os postos estão lucrando. E fazem isso tanto em cima dos consumidores quanto dos trabalhadores", afirma.
Se a negociação não avançar, Sena promete chamar uma assembleia de trabalhadores com todos os sindicatos de empregados de postos do Paraná, para debater a deflagração da greve. Atualmente, o sindicato calcula que o Paraná tenha entre 5 e 6 mil frentistas.
Entre os empresários do setor, o reajuste pedido pelos frentistas é considerado irreal. Paulo Fregonese, presidente do SindiCombustíveis-PR, diz que atualmente o piso dos frentistas paranaenses é o 2º maior do país e que normalmente os salários são complementados com ganhos extras, como comissões sobre a venda de produtos e equipamentos. "Nenhum sindicato do Brasil fechou um reajuste que chegue perto ao que eles querem. Já demonstramos que esse aumento é impossível", diz Fregonese.
Reunião
Para debater o impasse com os frentistas, o SindiCombustíveis convocou seus associados para uma reunião nesta quinta-feira (24). Na reunião será definida qual será a postura do sindicato frente às reivindicações dos trabalhadores. Segundo Fregonese, a ameaça de greve dos frentistas só tende a piorar as negociações.
Para o empresário, se os trabalhadores continuarem irredutíveis e realmente entrarem em greve, os mais prejudicados serão os consumidores. Ele lembra que, por ser considerada uma categoria de utilidade pública, uma possível greve dos frentistas poderia ser questionada na Justiça. "Radicalizar não leva a nada, para nenhum dos lados", finaliza Fregonese.
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