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Os fundos cambiais foram a melhor aplicação financeira de maio. Num mês marcado pela piora da crise europeia e a saída dos investidores estrangeiros da bolsa brasileira, os fundos que acompanham a variação da moeda americana renderam 3,83% até o último dia 28, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). E os ganhos tendem a ser um pouco maiores quando computados os últimos três pregões. No ano, os fundos cambiais apresentam agora um variação positiva de 6,21%.

Segundo especialistas, apesar da forte alta no mês, os fundo que investem em moedas tendem a apresentar ganhos menores ou perdas pela frente, uma vez que o Banco Central (BC) tem atuado para impedir novas valorizações da moeda americana. No mês, o dólar comercial registrou um avanço de 5,82%, de R$ 1,907 para R$ 2,018 no fechamento desta quinta-feira. O câmbio chegou a ser negociado a R$ 2,10 na semana passada.

"Foi uma aplicação de oportunidade, mas que agora tende a ganhar pouco. Não é uma boa opção aos investidores no longo prazo, além de ser uma aplicação muito instável", afirma Sidnei Nehme, diretor executivo da NGO Corretora.

Já os trabalhadores que destinaram parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as ações da Vale tiveram o pior resultado do mês. O FGTS Vale recuou impressionantes 13,49% em maio e passou a acumular uma baixa de 4,66% neste ano. O FGTS Petrobras, por sua vez, registrou uma perda de 12,02% neste mês e passou a acumular uma baixa de 13,65% em 2012.

Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora, a saída dos estrangeiros da bolsa ajuda a explicar o que aconteceu com as ações da Petrobras e da Vale, portas de entrada e de saída dos investidores no mercado brasileiro. No mês até o dia 28, os saques dos estrangeiros da bolsa superaram as compras em R$ 2,8 bilhões, segundo a BM&FBovespa.

"A Petrobras chegou a divulgar um balanço melhor do que o esperado, mas em momentos de crise essas coisas acabam ficando de lado. O recuo dos preços das commodities nos mercados internacionais também contribuíram para as perdas. E isso tudo é reflexo desses receios sobre Europa e desaceleração da China - afirma Pereira.

O tombo acompanhou de perto a queda no mês do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O índice recuou 11,86% em maio, o pior desempenho mensal desde outubro de 2008, o auge da crise financeira internacional. No ano, a queda é de 3,99%. O fundos de investimento que acompanham o índice registraram, assim, uma queda de 10,66% no mês até o dia 28.

No mercado de juros, os fundos de renda fixa (prefixados) tiveram uma rentabilidade de 0,84%, acima dos ganhos dos fundos DI (pós-fixados), que giraram 0,66%. Os números são líquidos de taxas de administração, mas não descontam o Imposto de Renda (IR), que chega a morder 22,5% do ganho da aplicação. Todo esse rendimento dos juros acabou corroído, no entanto, pela aceleração da inflação em maio. O IGP-M, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) foi de 1,02% no mês, acelerando frente a abril.

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