Portabilidade da dívida pode ser opção para buscar taxas menores
O consumidor endividado precisa tomar cuidado para não piorar sua situação financeira, alerta o planejador financeiro e consultor de investimentos Jansen Costa.
"Ele deve buscar meios de reorganizar o orçamento para pagar dividas ou buscar um financiamento com taxas menores", diz.
Segundo ele, uma forma de conseguir essas taxas menores é por meio da portabilidade da dívida para um crédito mais barato, como o consignado. "É uma oportunidade, mas é preciso olhar o custo efetivo total do empréstimo. Muitos bancos maquiam tarifas", ressalta.
Além disso, é necessário fazer ajustes no orçamento para montar uma reserva de emergência, afirma Costa. "Sempre tem como cortar despesas. Basta gastar menos e não abrir novos custos financiados. Se o consumidor não consegue controlar os custos, é só deixar o cartão de crédito de lado", afirma.
Essa reserva financeira deveria ser de três a quatro meses do salário e ajuda a enfrentar alguma emergência que possa prejudicar o orçamento.
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Com a decisão do Banco Central de elevar nesta quarta-feira (21) o juro básico (taxa Selic) em 0,50 ponto porcentual, para 12,25% ao ano, os fundos de renda fixa ganham da poupança na maioria dos cenários desenhados, considerando prazos de resgate e valores de taxas de administração distintos. A estimativa é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Mesmo com a TR (Taxa Referencial), que compõe a remuneração da poupança, em 0,10 ponto porcentual em janeiro, a caderneta perde para os fundos de renda fixa que têm taxa de administração até 1,5% ao ano em quaisquer prazos.
A caderneta ganha dos fundos que têm taxa de administração de 2% ao ano se o resgate for feito em até seis meses e perde quando o prazo é superior a esse período.
Já nos fundos com taxa de administração de 2,5%, a caderneta ganha quando o dinheiro é resgatado em até um ano e empata quando o período vai de um a dois anos. Acima disso, os fundos ganham, segundo a Anefac.
Quando a taxa de administração sobe para 3% ao ano, a caderneta ganha em todos os cenários, independentemente de prazo.
Renda fixa
Em 2014, os fundos de renda fixa que têm em sua carteira títulos públicos prefixados - cuja taxa de retorno é definida no momento da compra - foram afetados pelo aumento do juro básico.
Muitos deles sofreram no ano passado com a chamada marcação a mercado, que atualiza diariamente o valor do título pela diferença entre a taxa de juro do momento e a de emissão do papel.
Mas, mesmo assim, conseguiram manter um retorno maior que o da poupança. Os fundos de renda fixa fecharam 2014 com rentabilidade acumulada de 11,51%, de acordo com a Anbima (associação das entidades de mercado).
Os fundos DI, que aplicam em títulos pós-fixados, encerraram o ano passado com rentabilidade de 11%. Já a poupança, tanto para depósitos até 3 de maio de 2012 quanto após essa data, teve ganho de 7,08% em 2014.
Empréstimos
Com a elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 12,25% ao ano, os juros médios cobrados das pessoas físicas serão de 109,02% ao ano (ou 6,34% ao mês), segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Em dezembro, o juro médio ao consumidor cobrado nas operações de crédito foi de 6,30% ao mês (ou 108,16% ao ano).
Em julho de 2011, quando a Selic estava em 12,50% ao ano, esse juro médio ao consumidor era de 121,21% ao ano.Apesar da redução nos últimos dois anos, os juros cobrados do consumidor final são muito superiores à Selic, alertam consultores.
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