A redução de 27% nos investimentos federais em outubro em relação a setembro contribuiu para evitar um resultado pior das contas públicas no mês passado.

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Segundo o Tesouro Nacional, houve uma queda de R$ 2,4 bilhões nessas despesas. Com isso, o governo fechou o mês com resultado positivo de R$ 4,1 bilhões (diferença entre receitas e despesas, sem considerar o pagamento de juros).

O número foi melhor que o visto nos seis meses anteriores, período em que o governo registrou seis déficits seguidos, mas ficou abaixo do verificados em meses de outubro nos últimos 12 anos.

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O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira (26) que é normal que haja oscilações dos investimentos de um mês para outro e disse que mais importante seria destacar o aumento de 28% no acumulado do ano.

Meta

Augustin também disse considerar possível alcançar a meta de superávit de R$ 10 bilhões fixada na revisão do Orçamento que foi divulgada na semana passada.

Esse resultado, na verdade, não precisará ser alcançado se o governo conseguir aprovar no Congresso a mudança na lei que, na prática, acaba com a meta para o ano.

O secretário afirmou ainda que o governo pode recorrer ao Fundo Soberano do Brasil ou cobrar mais dividendos de empresas estatais se for necessário buscar mais fontes de receitas este ano.

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Sobre a decisão do governo de liberar R$ 10 bilhões em gastos nessa nova revisão do Orçamento, afirmou que são despesas em áreas essenciais, em muitos casos, para cumprir obrigações constitucionais.

O secretário afirmou também que o governo tomou a decisão de política econômica de não ser "conservador" ao reavaliar o Orçamento e "trabalhar para que a economia não tivesse danos ainda maiores por causa da crise internacional."

Bola de cristal

Augustin afirmou que o governo não tinha bola de cristal para saber que as receitas e despesas não iriam se comportar este ano como o previsto pelo governo.

Entre os finais de setembro e de novembro, ou seja, em apenas dois meses, o Tesouro fez uma revisão de R$ 70 bilhões para baixo na entrada líquida de recursos esperada para o ano.

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"Houve uma crise internacional, e isso se alterou. Optamos por adotar uma política não recessiva. Pode ser que alguém tenha bola de cristal e inclusive soubesse das decisões que estávamos tomando."

"Esse 'já sabia' é uma forma de ver o mundo muito peculiar", afirmou o secretário, ao ser questionado sobre o fato de muitos analistas já terem antecipado essa frustração de receitas.