O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo que o governo não pretende estatizar instituições que possam estar com dificuldades e que prefere uma abordagem na linha dos governos da Inglaterra e da França: adquirindo participações em bancos com problemas.
"Ninguém pretende estatizar bancos (...) Uma das garantias pode ser o que a Inglaterra está fazendo, pode ser o que presidente Sarkozy propôs, em vez de dar dinheiro para bancos sem garantia, você compra ações do banco. Quando o banco se recuperar, você vende as ações do mesmo banco. O que não dá é a gente dar dinheiro para bancos ou para empresas que apostaram em ganhar dinheiro fácil", disse Lula.
"Obviamente, nós sabemos a importância do sistema financeiro, então se for preciso irrigar o crédito, pode estar certo que vamos irrigar."
Lula afirmou que o governo não vai parar nenhuma obra por causa da crise e acrescentou que na segunda-feira terá uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para avaliar quais setores da economia precisam de crédito.
"O que precisamos saber é o conjunto dos setores econômicos que estão precisando de crédito neste momento", disse Lula, reafirmando que o governo já está tomando medidas para irrigar a construção civil com crédito.
Lula afirmou que o governo está "torcendo" para que as medidas da União Européia, Inglaterra e Estados Unidos possam começar a dar resultado. "Assim poderemos ter um efeito menor da crise no Brasil."
Lula disse que se o mundo entrar numa recessão, as exportações de todos os países serão afetadas, mas o Brasil deverá sofrer menos porque diversificou suas relações comerciais com outros países nos últimos anos.
O presidente acompanha o resultado da eleição municipal neste domingo em casa em São Bernardo do Campo, permanecendo em São Paulo na segunda-feira. Na terça, Lula reúne-se com o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, em Salvador (BA).