O governo deve elevar de 5,2% para apenas 5,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. A previsão constará do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas previsto para ser divulgado hoje pelo Ministério do Planejamento. Segundo apurou o Grupo Estado, a nova projeção, que já está no documento, pode eventualmente ter uma alteração para uma estimativa mais realista. Mas, segundo uma fonte, se isso ocorrer, de qualquer forma a estimativa ficará entre os 5 5% e 6% que têm sido mencionados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O mercado financeiro em média trabalha com crescimento superior a 6% para 2010, como mostram os dados da pesquisa Focus do Banco Central.
Segundo fontes, Mantega tem nos bastidores recomendado que seus auxiliares não alimentem o debate sobre a existência de um "superaquecimento" na economia brasileira. Esse debate ganhou mais força ainda com a divulgação, ontem, pelo Estado, do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que mostrou uma expansão ao redor de 10% da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período de 2009.
Ao colocar em um documento oficial uma projeção "mais conservadora" de crescimento da economia brasileira em 2010, de 5,5%, o ministro tenta sinalizar que o governo entende que a forte alta do Produto Interno Bruto nos três primeiros meses do ano não se manterá ao longo do ano. A ideia é também mostrar que o governo acredita que a política fiscal mais apertada vai surtir efeito em seu objetivo de moderar o nível de atividade econômica.
Juros
Segundo uma fonte, a postura conservadora agora poderá ser compensada no relatório de avaliação que sairá em julho, quando o governo vai dispor de mais dados sobre a atividade econômica e também terá mais claro o efeito da política fiscal sobre a demanda interna.
O grande objetivo da Fazenda em esfriar o debate sobre o suposto superaquecimento econômico é tentar conter o ímpeto do BC de elevar a taxa básica de juros. Mantega e sua equipe entendem que apesar da necessidade de conter a demanda interna para evitar uma escalada inflacionária, o BC não pode "errar na mão" ao subir a Selic sob pena de colocar um freio no ânimo de investir dos empresários. Além disso, a alta dos juros tem impacto negativo nas contas públicas, já que eleva o custo da dívida.
Além da projeção de crescimento de 5,5%, o relatório de avaliação de receitas e despesas deve trazer uma elevação de 5% para 5,5% na estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, de 2010, e de 5,91% para 9,14% no Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), que capta também a variação dos preços no atacado.
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